sexta-feira, 14 de março de 2008

Vítima de serial killer é desenterrada

Crimes na ceasa

Peritos vão fazer uma série de exames no cadáver de José Raimundo Oliveira
Peritos do Centro de Perícia Científica Renato Chaves desenterraram ontem, no cemitério do Tapanã, o corpo de José Raimundo Oliveira, de 15 anos, a primeira vítima do maníaco que ficou conhecido como 'Monstro da Ceasa'. O procedimento, conhecido tecnicamente como exumação, ocorreu após autorização concedida esta semana pelo diretor do Fórum Criminal, juiz Paulo Jussara, e foi acompanhado por Waldir Freire, um dos cinco delegados que compõem a Força Terefa que investiga o caso.

Waldir Freire disse que a intenção da Polícia e dos peritos é descobrir, por meio de novos exames, a causa da morte de José Raimundo. Outros dois adolescentes também foram encontrados mortos nas matas da Ceasa, vítimas serial killer. Adriano Augusto Nogueira Martins, em janeiro deste ano, e Ruan Valente Sacramento, em março, que foram mortos por asfixia e encontrados seminus na mata.

José Raimundo desapareceu de sua residência no dia 16 de dezembro do ano passado. O corpo dele foi encontrado quatro dias depois, completamente nu, sem cabeça, sem órgão genital e em avançado estágio de decomposição. A necropsia realizada na época não foi capaz de descobrir a identidade e nem a causa de sua morte. Por isso, ele foi enterrado como indigente no cemitério do Tapanã.

José Raimundo ainda constava nos arquivos da Polícia como 'desaparecido'. Em março desse ano, em novas incursões às matas da Ceasa, a Polícia encontrou uma bermuda e chinelos que pertenciam a ele. Os objetos foram reconhecidos pelos familiares do adolescente. Suspeitando que o corpo enterrado como indigente fosse o do adolescente, a Polícia solicitou ao CPC Renato Chaves que fossem feitos exames de DNA em amostras do cadáver. No último dia 18, os peritos confirmaram que o corpo enterrado no Tapanã era mesmo o do adolescente desaparecido. A Polícia então solicitou à Justiça autorização para exumar o cadáver.

Os restos mortais de José Raimundo agora serão submetidos a exames que vão complementar a necropsia realizada à época em que o cadáver foi encontrado. O objetivo final, descobrir a causa da morte, não será tarefa fácil, segundo o médico-legista Eualt Oliveira, devido ao seu estado, após quase oito meses da morte. 'Faremos exames de raio X, odontolegais, antropológicos, entre outros. Será bastante trabalhoso, mas vamos lançar mão de todos os recursos para chegarmos ao nosso objetivo', promete o legista.

No final da manhã de ontem, logo após ter chegado no IML, o cadáver do adolescente foi submetido ao primeiro exame - um raio X de corpo inteiro realizado com equipamento cedido pelo Hospital da Aeronáutica. 'Temos esse tipo de equipamento aqui no IML. Mas o do Hospital da Aeronáutica é portátil e melhor de ser manuseado', explicou o legista.

Concluídos todos os exames, o corpo será liberado à família para que o enterro de José Raimundo possa finalmente ser realizado.

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