sexta-feira, 14 de março de 2008

Assassinato na Ceasa - 2a vítima - Adriano


O corpo de um jovem, provavelmente um adolescente, foi encontrado, ontem, nas matas da Ceasa. O garoto vestia uma camisa e estava nu da cintura para baixo.

Havia uma corda de náilon no pescoço da vítima. É o segundo crime com as mesmas características registrado, este ano, naquela área. O primeiro homicídio ocorreu em janeiro. O corpo foi encontrado praticamente no mesmo local em que foi localizado o cadáver de Adriano Augusto Nogueira Martins, o estudante morto em janeiro.

Diretor de Polícia Metropolitana, o delegado Paulo Tamer não descarta que esses assassinatos possam ter sido praticados por um serial killer (assassino em série).

Ainda segundo ele, também não se pode descartar a ação de um maníaco sexual ou, então, um ritual de magia negra. Tamer foi ao local do assassinato e disse que, a partir de hoje, três delegados vão ficar encarregados de investigar esses dois crimes. A força-tarefa será formada pelos delegados Fernando Flávio, diretor da Seccional da Pedreira, que investiga a morte de Adriano, Carlos Alberto Antunes, titular da Seccional de São Brás, e Waldir Freire, que dirige a Seccional do Comércio. Também presente ao local do crime, o coronel Edivaldo Sarmanho, titular do Comando de Policiamento da Capital, da Polícia Militar, anunciou a intensificação de ações policiais na estrada da Ceasa, inclusive com a incursão dos militares dentro da mata.

Segundo o major Seráphico, comandante da 10ª Zona de Policiamento, cuja base é na Seccional da Pedreira, o corpo foi localizado por volta das 17h30. Muito nervoso, um homem deu a informação na portaria de um residencial localizado na estrada da Ceasa e foi embora. À noite, os policiais estavam tentando localizar esse homem, para obter maiores informações a respeito do crime. Acompanhado do delegado-geral adjunto, Justiniano Alves, que também esteve na mata da Ceasa, o delegado Paulo Tamer acreditava, com base nas evidências encontradas no local do crime, que o jovem tinha sido morto na tarde de ontem. E assassinado no local em que foi encontrado.

A cena era praticamente igual à da morte de Adriano. Perto do corpo encontrado ontem, havia um par de sandálias, como no caso de janeiro. O short estava ao lado da cabeça da vítima. E, assim como no assassinato registrado em janeiro, o jovem estava despido, sugerindo a hipótese de que o garoto possa ter sido vítima de abuso sexual.

Como no assassinato de janeiro, o corpo do garoto foi encontrado distante uns 100 metros da margem da pista, na mata fechada. Peritos do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves chegaram à area às 19 horas e começaram a fazer o levantamento de local. Eles usaram laternas, já que a região é muita escura. Havia a suspeita, que será confirmada posteriormente em exames, de que o jovem levou uma pancada na cabeça.

Policiais comentaram que muitas pessoas entram na mata para coletar frutas, como taperebás. Os civis e militares não haviam recebido nenhuma informação sobre a possível identidade do adolescente. A divulgação da notícia na imprensa deverá fazer com que as pessoas compareçam ao Instituto Médico Legal e possam identificar o garoto.

O coronel Sarmanho informou que a Polícia Militar já realiza policiamento diário na estrada da Ceasa. Mas que, agora, com esse segundo crime, intensificará o patrulhamento nessa região e colocará policiais para entrar na mata, para verificar se não está havendo nenhuma situação anormal. O delegado Paulo Tamer anunciou que hoje, às 8 horas, já irá se reunir com os delegados Fernando Flávio, Carlos Alberto Antunes e Waldir Freire, para elaborar as estratégias de investigação desses dois assassinatos. O setor de inteligência da Polícia Civil também reforçará a equipe.

Adriano , de 14 anos, foi morto no mesmo lugar, de forma semelhante
Adriano Augusto Nogueira Martins, de 14 anos, foi encontrado morto nas matas da Ceasa no dia 11 de janeiro, também à tarde. Ele havia desaparecido um dia antes. O estudante morreu estrangulado por um fio semelhante ao náilon. Mas não houve violência sexual, disse o delegado Fernando Flávio, diretor da Seccional da Pedreira e que ontem também esteve no local do crime. Fernando Flávio disse que ouviu dez amigos do estudante, mas nenhum deles forneceu informações que ajudassem a esclarecer o assassinato. Nos próximos dias, o delegado deverá remeter o inquérito à Justiça, pedindo mais prazo para prosseguir as investigações. Chefe de operações da Seccional da Pedreira, o investigador Daniel também comentou sobre a semelhança entre os dois crimes.

Adriano saíra da casa dos pais, no bairro do Guamá, por volta das 14 horas do dia 10 de janeiro. Foi inicialmente à oficina de Renato, que não estava no local. Ele sempre freqüentava a oficina e já havia demonstrado o desejo de aprender a consertar aparelhos e seguir a profissão do tio, Renato Ferreira de Brito, dono de uma oficina de eletrônica. Das 14 às 18 horas, o garoto ficou em uma lan-house (casa que aluga de computadores interligados à internet) na avenida José Bonifácio, que costumava freqüentar para participar de jogos, e era uma de suas atividades preferidas.

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