A Polícia do Pará vai realizar uma operação minuciosa de busca pelo corpo do adolescente José Raimundo Oliveira, que tinha 15 anos quando desapareceu, em dezembro passado.
O garoto tinha um perfil semelhante ao dos adolescentes Adriano Augusto Nogueira Martins e Ruan Valente Sacramento, assassinados este ano nas matas da Ceasa, em Belém. José Raimundo Oliveira morava no Guamá, estudava na escola Ruth Rozita e freqüentava a mesma lan house que Adriano e Ruan, e, pelas concidências entre eles, pode ter sido a primeira vítima do um assassino em série ou serial killer. A Polícia já está preparando a operação de buscas para começar nos próximos dias e que deverá envolver diversas áreas da segurança pública.
Se José Raimundo estiver de fato morto como uma das vítimas do serial killer, ele não só pode como 'deve estar' enterrado nas matas da Ceasa, na avaliação de Ilana Casoy, estudiosa de criminosos em série que está colaborando com a Polícia paraense na busca do assassino, junto com a perita Maria Adelaide de Freitas Caires. Elas estiveram esta semana pela terceira vez junto com a Polícia em Belém, e, em avaliação conjunta, os investigadores decidiram partir em busca do corpo do primeiro adolescente, que pode ajudar a esclarecer a investigação. Ilana afirma que o corpo de José Raimundo, se tiver sido morto pelo mesmo assassino, 'deve estar nas matas da Ceasa' pelas características dos crimes em série, que têm muitas semelhanças entre si, e por isso o mais provável é que José Raimundo também tenha sido morto no local, mas pode ter sido enterrado.
Embora Ilana afirme que tudo sejam possibilidades, a Polícia vai realizar a operação de buscas para ter um esclarecimento maior dos crimes. 'Esses meninos, mesmo mortos, podem nos dizer muita coisa. Sabemos das dificuldades, pelo tamanho da mata e pelo tempo que já se passou, porém esse é um caminho que poderá trazer muitos esclarecimentos. Como já afirmei antes, a Polícia paraense já avançou muito nas investigações, usando o tempo todo a ciência em favor dessa investigação, situação pouco comum em outros estados brasileiros', ressalta.
Durante a investigação, a força-tarefa comandada pelo delegado Paulo Tamer já fez uma busca parcial em 600 metros quadrados de área da mata, mas sem sucesso. 'Essa nova busca deverá varrer uma área muito maior. Não será uma tarefa fácil para os órgãos de segurança, que, por outro lado, não estão medindo esforços para avançar nas investigações e prender o assassino. Todos, dos delegados Paulo Tamer e Justiniano, a secretária de segurança Vera Tavares, os peritos do Instituto de Perícias Renato Chaves, enfim, são tantas pessoas e órgãos envolvidos diretamente que o resultado não poderá ser diferente do que esperamos, a resolução desse caso', afirma Ilana categórica.
Segundo ela, a demora maior entre uma investigação de crimes em série e crimes comuns é exatamente as diferenças de motivação entre os assassinos. 'Em um crime comum, os motivos levam aos matadores. Pode ser uma cobrança de dívida, um cirme passional, enfim, muitas motivações que podem levar ao criminoso, enquanto nos crimes em série o assassino não tem uma motivação para matar alguém, as vítimas, infelizmente, são escolhidas apenas por encaixar-se no perfil que desperta o impulso de matar desse assassino', compara Ilana, ao revelar ainda que o assassino em série procurado em Belém não é um doente mental. 'Pelo perfil que já traçamos, a pessoa que estamos buscando não é doente mental', reafirma.
Ilana Casoy é autora dos livros 'Serial Killer - Louco ou cruel?' (editora Madras), 'Serial Killers - made in Brazil' e 'O Quinto Mandamento - Caso de Polícia' (editora Siciliano). Em parceria com a perita Maria Adelaide, firmou cooperação técnica com a Polícia paraense e fez um estudo com 11 itens acerca do perfil do criminoso, que se passa por por uma pessoa dócil e confiável na hora de se aproximar dos adolescentes, mas se transforma em uma pessoa de extrema violência no momento de praticar seus crimes.
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