
O homem foi visto por testemunhas na mesma lan house onde as vítimas iam
A Polícia divulgou, na manhã de ontem, o retrato falado do possível assassino do estudante Ruan Sacramento Valente, 14 anos, morto por enforcamento e encontrado com uma corda de náilon no pescoço, nas matas da estrada da Ceasa, em 22 de março deste ano. De acordo com o diretor de Polícia Metropolitana, delegado Paulo Tamer, se não for o verdadeiro serial killer (homicida em série), o suspeito pode ser o aliciador que atraiu os adolescentes para serem assassinados. Ele tem cabelos compridos, com altura entre 1,80m e 1,85m, cerca de 20 anos, é magro, tem marcas de acne no rosto e pele morena escura.
O suspeito foi visto por testemunhas que freqüentavam a mesma lan house onde Ruan costumava ir, localizada no Guamá, além de funcionários do estabelecimento, uma semana antes da morte do garoto. O retrato falado tem 90% de semelhança facial com o procurado. Ele foi confeccionado por peritos do Serviço de Perícia Iconográfica e Retrato Falado, da Diretoria de Identificação da Polícia Civil e entregue à imprensa durante entrevista coletiva no prédio da Delegacia Geral.
No dia da morte de Ruan, o suspeito foi visto às 10h29 na lan house, onde permaneceu por cerca de uma hora ao lado da vítima. O corpo do menino foi encontrado no mesmo dia, às 17h30 nas matas da estrada da Ceasa.
O delegado pede a quem reconhecer o suspeito, caso não queira se identificar, que telefone para o número 181, o Disque-Denúncia, e dê informações que levem à localização dele. A ligação é gratuita e o número atende durante 24 horas. É mantido o sigilo absoluto quanto à identidade do denunciante. 'Já estamos investigando alguns nomes ligados a este retrato falado, mas preferimos não divulgá-los para não cometer nenhuma negligência. Pedimos às pessoas que tiverem alguma informação que façam uma co-relação do suspeito com a vítima no momento da denúncia', disse Tamer.
Está sendo também investigada a relação existente entre o homem procurado e o estudante Adriano Augusto Martins, também morto na Ceasa em janeiro deste ano e a ligação do suspeito com José Raimundo Oliveira, de 15 anos, que está desaparecido desde o ano passado. De acordo com Tamer, o homem do retrato falado certamente também conhecia Adriano.
A força-tarefa da Polícia Civil designada a desvendar os crimes da Ceasa trabalha com a possibilidade da lan house ser um artifício usado pelo serial killer, que atrai e mata suas vítimas sempre com as mesmas características. 'Ele (assassino) utiliza a mesma forma de matar, age no mesmo bairro e as vítimas são da mesma escola. Por esta razão estamos trabalhando com a hipótese de ser um serial killer.
Vários procedimentos estão sendo adotados. Alertamos às famílias que ao perceberem qualquer relacionamento diferenciado de seus filhos, que fiquem atentas, procurem saber quem é a pessoa', pede o delegado.
investigações
As investigações continuam sob o comando da força-tarefa composta pelos delegados Carlos Alberto Antunes, diretor da Seccional de São Brás; Waldir Freire, diretor da Seccional do Comércio; Fernando Flávio Silva, diretor da Seccional da Pedreira, e Robério Pinheiro, diretor da Seccional do Guamá. Segundo Paulo Tamer que centraliza as investigações, ao longo do inquérito dois retratos falados foram confeccionados.
O primeiro deles foi montado a partir de informações prestadas por testemunhas, mas acabou descartado por não terem sido encontradas evidências que sustentassem a sua utilização no processo. Porém, o segundo retrato falado foi mantido pelos fortes elementos revelados pelas testemunhas considerados verídicos.
Durante a entrevista coletiva, Tamer falou que Ruan Sacramento possuía um 'Memory Card', cartão comprado em lan houses para acesso a jogos em rede. O brinquedo foi dado por alguém como presente, na tentativa de ganhar a confiança do adolescente. O preço do cartão varia de R$ 30 a R$ 150. Na opinião de Tamer, os valores do brinquedo não são compatíveis com a renda da família de Ruan, o que reforça a idéia de o objeto ter sido um presente. Tamer também não descarta a possibilidade de o suspeito ser do bairro do Guamá ou adjacências, o que fortaleceria o vínculo com as vítimas.
Polícia tem o retrato de serial killer
Edição de 01/05/2007
Divulgação
Retrato-falado será apresentado amanhã e deve ajudar investigação
A Polícia Civil deve divulgar amanhã o retrato falado de um homem suspeito de ser o assassino dos meninos R. V. S. e A. A. N., encontrados na estrada da Ceasa, próximo ao condomínio residencial Parque Verde, em Belém. Segundo o delegado Paulo Tamer, diretor da Divisão de Polícia Metropolitana (DPM), o retrato falado foi baseado em relato de testemunhas que viram o suspeito sair da lan house no bairro do Guamá acompanhado por R. uma semana antes de ele ser encontrado morto. 'As testemunhas foram muito incisivas no reconhecimento dessa pessoa', afirmou o delegado Paulo Tamer.
Por questão de segurança, a Polícia mantém sob sigilo todas as testemunhas que colaboraram com os peritos do Serviço de Perícia Iconográfica e Retrato Falado, da diretoria de Identificação da Polícia Civil, responsáveis pelo trabalho de construção do retrato. A Polícia acredita que, com a divulgação do rosto do posssível serial killer, ele seja reconhecido e a população passe informações através do Disque Denúncia 181.
R. foi morto em março passado e A foi assassinado nas mesmas circunstâncias em janeiro deste ano. Por serem amigos e freqüentarem as mesmas escola e lan house no bairro do Guamá, há fortes indícios de que o assassino seja essa pessoa que freqüentava o local, além de se corresponder com as vítimas através da internet.
A lan house no bairro do Guamá foi o local onde os dois meninos foram vistos pela última vez. Apesar disso, a Polícia não descarta a ação de um maníaco sexual ou até ritual de magia negra. Nos dois casos, as cenas dos crimes foram deixadas praticamente iguais.
Perto dos corpos havia um par de sandálias e os shorts estavam ao lado da cabeça das vítimas. Os dois estavam despidos, sugerindo a hipótese de que poderiam ter sido vítimas de abuso sexual. Como no assassinato de A., em janeiro, o corpo do garoto R.
foi encontrado distante uns 100 metros da margem da pista, dentro da mata fechada.
Por causa dos crimes, as lojas de acesso à internet acabaram na mira da Polícia. Em uma operação que durou quatro dias, a Polícia Civil fechou 46 estabelecimentos. A maioria não apresentava alvará de funcionamento, licença da prefeitura e autorização do juizado de menores.
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