Em 16 de dezembro de 2006, André Barbosa matou o primeiro adolescente; a série de atrocidades acabou no domingo, com sua prisão.
1 - Primeira vítima do matador da Ceasa, embora a última a ser identificada, José Raimundo de Oliveira, de 15 anos, desapareceu no dia 16 de dezembro de 2006. O corpo dele foi encontrado quatro dias depois, completamente nu, sem cabeça, sem órgão genital e em avançado estágio de decomposição. A necropsia realizada à época não foi capaz de descobrir a identidade e nem a causa da morte. Por isso, o jovem foi enterrado como indigente no cemitério do Tapanã. José Raimundo ainda constava dos arquivos da Polícia como ‘desaparecido’, quando, em março de 2007, em novas incursões às matas da Ceasa, a Polícia encontrou uma bermuda e chinelos que foram identificados positivamente pela família. A Polícia solicitou ao Centro de Perícias Científicas Renato Chaves que fossem feitos exames de DNA em amostras do cadáver. A confirmação de que se tratava de José Raimundo veio no segundo semestre.
2 - Adriano Augusto Nogueira Martins saiu da casa dos pais por volta das 14 horas de 10 de janeiro de 2007. Das 14 às 18 horas daquele dia, o garoto ficou em uma lan-house na avenida José Bonifácio, que costumava freqüentar para participar de jogos. Foi visto pela última vez na praça Dalcídio Jurandir, no bairro da Cremação. Na tarde do dia seguinte, 11 de janeiro, o corpo dele foi encontrado nas matas da Ceasa.
3 - Ruan Valente Sacramento, que, assim como Adriano, tinha 14 anos, saiu da residência dos avós, que o criavam desde pequeno, ainda pela manhã, dizendo que brincaria de bola em frente ao imóvel. Desde então, 22 de março, não mais foi visto. Na tarde do mesmo dia, o corpo dele foi encontrado nas matas da Ceasa. Para chegar à conclusão de que os adolescentes foram vítimas do mesmo matador (ou dos mesmos matadores), a força-tarefa, comandada pelo delegado Paulo Tamer, enumerava os seguintes pontos - até então, a comparação só podia ser feita entre Adriano e Ruan, já que ainda não havia a confirmação da morte de José Raimundo.
4 - conhecia os outros dois adolescentes, e também é filho de pais separados. Até então - ou seja, antes da confirmação da morte de José Raimundo - a análise feita pelo delegado Paulo Tamer era de que as evidências indicavam que o assassino em série começou a unificar suas ações a partir da morte de Ruan. Ou seja, repetiu neste homicídio os mesmos procedimentos adotados no assassinato de Adriano. É a uniformidade das ações que caracteriza um serial killer, explicou o policial.
5 - No curso das investigações, a força-tarefa recebeu o primeiro perfil psicológico do homem apontado como autor das mortes na Ceasa. Esse perfil foi elaborado por Ilana Casoy e Maria Adelaide de Freitas Caires, especialistas em estudar matadores em série. O perfil mostra que o criminoso é um homem dócil e confiável na hora de se aproximar dos adolescentes, principalmente para ganhar sua confiança. Mas que se torma muito violento no momento de praticar os crimes.
6 - Quase um ano após a última morte, Polícia e imprensa voltam a se mobilizar por conta do serial killer. Feriado prolongado de carnaval. Quarta-feira de cinzas, 6 de fevereiro de 2008. Um garoto de 11 anos é assediado por um homem que o leva até as matas da Embrapa, próximo à Ceasa. O molestador foi flagrado por um ladrão que tentava roubar sua bicicleta, jogada às margens da entrada da mata, enquanto espancava e tentava abusar sexualmente do menino. Os dois chegaram a lutar, mas o agressor fugiu e a vítima procurou ajuda. O menino está sob proteção policial.
7 - No dia seguinte, enquanto a Polícia começa a investigar se este seria mais um novo ataque do serial killer que começou a agir em dezembro de 2006, Darly Sacramento, irmã de um dos jovens assassinados, Ruan Sacramento, aparece no local onde estão sendo feitas as buscas, nas matas onde ocorreu o ataque. No que aparenta ser uma manifestação mediúnica, a jovem descreve detalhes do agressor e da vítima e aumenta os rumores entre os populares de que o monstro da Ceasa, como ficou conhecido o assassino, teria voltado a agir.
8 - Domingo, 10 de fevereiro de 2008. É preso André Barbosa, acusado de tentar estuprar o garoto na quarta-feira de cinzas. Ele é, também, o primeiro suspeito de ser o autor da série de mortes que intrigou a Polícia e amedrontou a população da capital paraense. De início, André negou; ontem, confessou os assassinatos.
9 - Segunda-feira, 11 de fevereiro. A Polícia apresenta o suspeito André Barbosa.
sexta-feira, 14 de março de 2008
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