sexta-feira, 14 de março de 2008

Identificado corpo de mais uma criança vítima do Monstro da Ceasa

Exame de DNA atestou ser do adolescente José Raimundo Oliveira o corpo encontrado, em dezembro do ano passado, nas matas da Ceasa.

Com essa confirmação científica, a Polícia Civil tem informações indicando que José Raimundo, então com 14 anos, foi a primeira vítima do serial killer (assassino em série), ao qual são atribuídos, ainda, os assassinatos dos também adolescentes Adriano Augusto Nogueira Martins, morto em janeiro deste ano, e Ruan Valente Sacramento, encontrado em março nas matas da Ceasa. Da mesma forma que José, que seus familiares e amigos chamavam de 'Zezinho', Adriano e Ruan também tinham 14 anos, moravam no mesmo bairro, o Guamá, estudavam na mesma escola, a Ruth Rosita, freqüentavam a mesma lan house e pertencem a famílias com praticamente o mesmo perfil socioeconômico.

Em março, depois da descoberta do corpo de Ruan, policiais civis e militares, peritos criminais e homens do Corpo de Bombeiros, em um trabalho coordenado pela força-tarefa criada para investigar as mortes de Adriano e Ruan, fizeram uma varreduras nas matas da Ceasa, nos locais onde os corpos dos adolescentes foram encontrados, para recolher qualquer objeto que pudesse ter ligação com, até então, aqueles dois homicídios - de Adriano e de Ruan. E encontraram uma sandália e uma bermuda, que foram fotografadas. Esses objetos foram recolhidos 90 dias após o desaparecimento de José Raimundo, cujo corpo, em avançado estado de decomposição e sem alguns órgãos, foi encontrado em 20 de dezembro.

No decorrer das apurações, e até então havendo um mistério sobre o paradeiro de José Raimundo, que desaparecera em 16 de dezembro, a força-tarefa, coordenada pelo delegado Paulo Tamer, titular da Diretoria de Polícia Metropolitana (DPM), começou a ventilar a hipótese de que o adolescente pudesse ter sido a primeira vítima do matador em série. Ao ver as fotos, a mãe de José Raimundo disse que a sandália encontrada era igual àquela que seu filho usava quando sumiu de casa. A bermuda também se assemalhava ao estilo das que ele gostava de usar.

Com autorização judicial, a Polícia Civil realizou a exumação do corpo até então desconhecido e enterrado, como indigente, no cemitério do Tapanã. Durante a exumação, há dois meses, foi colhido material para a análise de DNA. Na semana passada, a força-tarefa recebeu o resultado do exame, feito pelo Instituto de Pesquisa de DNA Forense, da Polícia Civil do Distrito Federal.

Com a comprovação científica do DNA, as investigações, agora, vão retroceder a dezembro, por causa da morte de José Raimundo. O corpo dele estava na mesma área em que foram encontrados os corpos de Adriano e Ruan. Uma das respostas que os policiais vão querer obter agora dos peritos do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves é a seguinte: se aquele solo da Ceasa favorece uma rápida decomposição de um corpo humano - no caso o de José Raimundo -, considerando que, sabe-se agora, o cadáver do adolescente foi encontrado quatro dias após seu desaparecimento. Essa resposta é importante para saber, por exemplo, se José Raimundo foi morto naquela área ou seu corpo apenas foi deixado naquele parte do terreno da Ceasa.

O corpo estava separado da cabeça. A força-tarefa quer saber se isso ocorreu pela ação do tempo ou se a vítima, assim como Adriano e Ruan, também foi enforcada. No dia em que seu corpo foi encontrado, 20 de dezemebro, José Raimundo completaria 15 anos. Uma fonte ouvida ontem por O LIBERAL afirmou que as investigações para localizar e prender o serial killer avançaram tanto que foi possível descobrir que José Raimundo está morto e que o criminoso provavelmente seja o mesmo que tirou a vida de Adriano e Ruan. Agora, o corpo do adolescente será exumado e submetido a nova necropsial. Também terá que haver autorização judicial para que haja novo sepultamento. A família do adolescente recebeu a notícia na semana passada (D. P.)

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