Domingo, 10 de fevereiro de 2008. É preso André Barbosa, acusado de tentar estuprar o garoto na quarta-feira de cinzas. Ele é, também, o primeiro suspeito de ser o autor da série de mortes que intrigou a Polícia e amedrontou a população da capital paraense. De início, André negou; ontem, confessou os assassinatos.
sexta-feira, 14 de março de 2008
O MANÍACO DA CEASA - SERIAL KILLER
Domingo, 10 de fevereiro de 2008. É preso André Barbosa, acusado de tentar estuprar o garoto na quarta-feira de cinzas. Ele é, também, o primeiro suspeito de ser o autor da série de mortes que intrigou a Polícia e amedrontou a população da capital paraense. De início, André negou; ontem, confessou os assassinatos.
RUAN - a 3a vítima
Ruan Valente Nascimento, desapareceu da residência de seus avós
em 22 de março de 2007.
Na tarde do mesmo dia, ele foi encontrado na mata da Ceasa.
Foi morto, estrangulado.
Somente após a morte de Ruan é que a policia concluiu que Adriano foi vítima do mesmo assassino, concluindo assim que se tratava de um Serial killer.
As vítimas não foram achadas em ordem.
A primeira vitima achada foi Adriano e depois Ruan, Porém a primeira vítima foi José Raimundo, que foi achado 4 dias após sua morte porém foi enterrado como indigente por não ter sido possivel identifica-lo.
Após um exame de DNA é que se concluiu que José Raimundo foi realmente a primeira Vítima.
equívoco
Paulo Tamer admitiu que tenha havido um equívoco do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves, na identificação do corpo de José Raimundo Oliveira, em dezembro do ano passado. Entretanto, o delegado afirmou que a identificação tardia do corpo do adolescente, quase sete meses após o crime, não foi um complicador para as investigações e nem significou um desvio de foco investigativo. 'Estava havendo uma investigação paralela de desaparecimento, que sinalizava um possível tráfico para prostituição infantil na Alemanha, via São Paulo. Com a indentificação do corpo, cessam as investigações paralelas e o foco passa a ser a morte em série'.
Assassinato na Ceasa - 2a vítima - Adriano
O corpo de um jovem, provavelmente um adolescente, foi encontrado, ontem, nas matas da Ceasa. O garoto vestia uma camisa e estava nu da cintura para baixo.
Havia uma corda de náilon no pescoço da vítima. É o segundo crime com as mesmas características registrado, este ano, naquela área. O primeiro homicídio ocorreu em janeiro. O corpo foi encontrado praticamente no mesmo local em que foi localizado o cadáver de Adriano Augusto Nogueira Martins, o estudante morto em janeiro.
Diretor de Polícia Metropolitana, o delegado Paulo Tamer não descarta que esses assassinatos possam ter sido praticados por um serial killer (assassino em série).
Ainda segundo ele, também não se pode descartar a ação de um maníaco sexual ou, então, um ritual de magia negra. Tamer foi ao local do assassinato e disse que, a partir de hoje, três delegados vão ficar encarregados de investigar esses dois crimes. A força-tarefa será formada pelos delegados Fernando Flávio, diretor da Seccional da Pedreira, que investiga a morte de Adriano, Carlos Alberto Antunes, titular da Seccional de São Brás, e Waldir Freire, que dirige a Seccional do Comércio. Também presente ao local do crime, o coronel Edivaldo Sarmanho, titular do Comando de Policiamento da Capital, da Polícia Militar, anunciou a intensificação de ações policiais na estrada da Ceasa, inclusive com a incursão dos militares dentro da mata.
Segundo o major Seráphico, comandante da 10ª Zona de Policiamento, cuja base é na Seccional da Pedreira, o corpo foi localizado por volta das 17h30. Muito nervoso, um homem deu a informação na portaria de um residencial localizado na estrada da Ceasa e foi embora. À noite, os policiais estavam tentando localizar esse homem, para obter maiores informações a respeito do crime. Acompanhado do delegado-geral adjunto, Justiniano Alves, que também esteve na mata da Ceasa, o delegado Paulo Tamer acreditava, com base nas evidências encontradas no local do crime, que o jovem tinha sido morto na tarde de ontem. E assassinado no local em que foi encontrado.
A cena era praticamente igual à da morte de Adriano. Perto do corpo encontrado ontem, havia um par de sandálias, como no caso de janeiro. O short estava ao lado da cabeça da vítima. E, assim como no assassinato registrado em janeiro, o jovem estava despido, sugerindo a hipótese de que o garoto possa ter sido vítima de abuso sexual.
Como no assassinato de janeiro, o corpo do garoto foi encontrado distante uns 100 metros da margem da pista, na mata fechada. Peritos do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves chegaram à area às 19 horas e começaram a fazer o levantamento de local. Eles usaram laternas, já que a região é muita escura. Havia a suspeita, que será confirmada posteriormente em exames, de que o jovem levou uma pancada na cabeça.
Policiais comentaram que muitas pessoas entram na mata para coletar frutas, como taperebás. Os civis e militares não haviam recebido nenhuma informação sobre a possível identidade do adolescente. A divulgação da notícia na imprensa deverá fazer com que as pessoas compareçam ao Instituto Médico Legal e possam identificar o garoto.
O coronel Sarmanho informou que a Polícia Militar já realiza policiamento diário na estrada da Ceasa. Mas que, agora, com esse segundo crime, intensificará o patrulhamento nessa região e colocará policiais para entrar na mata, para verificar se não está havendo nenhuma situação anormal. O delegado Paulo Tamer anunciou que hoje, às 8 horas, já irá se reunir com os delegados Fernando Flávio, Carlos Alberto Antunes e Waldir Freire, para elaborar as estratégias de investigação desses dois assassinatos. O setor de inteligência da Polícia Civil também reforçará a equipe.
Adriano , de 14 anos, foi morto no mesmo lugar, de forma semelhante
Adriano Augusto Nogueira Martins, de 14 anos, foi encontrado morto nas matas da Ceasa no dia 11 de janeiro, também à tarde. Ele havia desaparecido um dia antes. O estudante morreu estrangulado por um fio semelhante ao náilon. Mas não houve violência sexual, disse o delegado Fernando Flávio, diretor da Seccional da Pedreira e que ontem também esteve no local do crime. Fernando Flávio disse que ouviu dez amigos do estudante, mas nenhum deles forneceu informações que ajudassem a esclarecer o assassinato. Nos próximos dias, o delegado deverá remeter o inquérito à Justiça, pedindo mais prazo para prosseguir as investigações. Chefe de operações da Seccional da Pedreira, o investigador Daniel também comentou sobre a semelhança entre os dois crimes.
Adriano saíra da casa dos pais, no bairro do Guamá, por volta das 14 horas do dia 10 de janeiro. Foi inicialmente à oficina de Renato, que não estava no local. Ele sempre freqüentava a oficina e já havia demonstrado o desejo de aprender a consertar aparelhos e seguir a profissão do tio, Renato Ferreira de Brito, dono de uma oficina de eletrônica. Das 14 às 18 horas, o garoto ficou em uma lan-house (casa que aluga de computadores interligados à internet) na avenida José Bonifácio, que costumava freqüentar para participar de jogos, e era uma de suas atividades preferidas.
Suspeito é alto, magro, jovem e moreno

O homem foi visto por testemunhas na mesma lan house onde as vítimas iam
A Polícia divulgou, na manhã de ontem, o retrato falado do possível assassino do estudante Ruan Sacramento Valente, 14 anos, morto por enforcamento e encontrado com uma corda de náilon no pescoço, nas matas da estrada da Ceasa, em 22 de março deste ano. De acordo com o diretor de Polícia Metropolitana, delegado Paulo Tamer, se não for o verdadeiro serial killer (homicida em série), o suspeito pode ser o aliciador que atraiu os adolescentes para serem assassinados. Ele tem cabelos compridos, com altura entre 1,80m e 1,85m, cerca de 20 anos, é magro, tem marcas de acne no rosto e pele morena escura.
O suspeito foi visto por testemunhas que freqüentavam a mesma lan house onde Ruan costumava ir, localizada no Guamá, além de funcionários do estabelecimento, uma semana antes da morte do garoto. O retrato falado tem 90% de semelhança facial com o procurado. Ele foi confeccionado por peritos do Serviço de Perícia Iconográfica e Retrato Falado, da Diretoria de Identificação da Polícia Civil e entregue à imprensa durante entrevista coletiva no prédio da Delegacia Geral.
No dia da morte de Ruan, o suspeito foi visto às 10h29 na lan house, onde permaneceu por cerca de uma hora ao lado da vítima. O corpo do menino foi encontrado no mesmo dia, às 17h30 nas matas da estrada da Ceasa.
O delegado pede a quem reconhecer o suspeito, caso não queira se identificar, que telefone para o número 181, o Disque-Denúncia, e dê informações que levem à localização dele. A ligação é gratuita e o número atende durante 24 horas. É mantido o sigilo absoluto quanto à identidade do denunciante. 'Já estamos investigando alguns nomes ligados a este retrato falado, mas preferimos não divulgá-los para não cometer nenhuma negligência. Pedimos às pessoas que tiverem alguma informação que façam uma co-relação do suspeito com a vítima no momento da denúncia', disse Tamer.
Está sendo também investigada a relação existente entre o homem procurado e o estudante Adriano Augusto Martins, também morto na Ceasa em janeiro deste ano e a ligação do suspeito com José Raimundo Oliveira, de 15 anos, que está desaparecido desde o ano passado. De acordo com Tamer, o homem do retrato falado certamente também conhecia Adriano.
A força-tarefa da Polícia Civil designada a desvendar os crimes da Ceasa trabalha com a possibilidade da lan house ser um artifício usado pelo serial killer, que atrai e mata suas vítimas sempre com as mesmas características. 'Ele (assassino) utiliza a mesma forma de matar, age no mesmo bairro e as vítimas são da mesma escola. Por esta razão estamos trabalhando com a hipótese de ser um serial killer.
Vários procedimentos estão sendo adotados. Alertamos às famílias que ao perceberem qualquer relacionamento diferenciado de seus filhos, que fiquem atentas, procurem saber quem é a pessoa', pede o delegado.
investigações
As investigações continuam sob o comando da força-tarefa composta pelos delegados Carlos Alberto Antunes, diretor da Seccional de São Brás; Waldir Freire, diretor da Seccional do Comércio; Fernando Flávio Silva, diretor da Seccional da Pedreira, e Robério Pinheiro, diretor da Seccional do Guamá. Segundo Paulo Tamer que centraliza as investigações, ao longo do inquérito dois retratos falados foram confeccionados.
O primeiro deles foi montado a partir de informações prestadas por testemunhas, mas acabou descartado por não terem sido encontradas evidências que sustentassem a sua utilização no processo. Porém, o segundo retrato falado foi mantido pelos fortes elementos revelados pelas testemunhas considerados verídicos.
Durante a entrevista coletiva, Tamer falou que Ruan Sacramento possuía um 'Memory Card', cartão comprado em lan houses para acesso a jogos em rede. O brinquedo foi dado por alguém como presente, na tentativa de ganhar a confiança do adolescente. O preço do cartão varia de R$ 30 a R$ 150. Na opinião de Tamer, os valores do brinquedo não são compatíveis com a renda da família de Ruan, o que reforça a idéia de o objeto ter sido um presente. Tamer também não descarta a possibilidade de o suspeito ser do bairro do Guamá ou adjacências, o que fortaleceria o vínculo com as vítimas.
Polícia tem o retrato de serial killer
Edição de 01/05/2007
Divulgação
Retrato-falado será apresentado amanhã e deve ajudar investigação
A Polícia Civil deve divulgar amanhã o retrato falado de um homem suspeito de ser o assassino dos meninos R. V. S. e A. A. N., encontrados na estrada da Ceasa, próximo ao condomínio residencial Parque Verde, em Belém. Segundo o delegado Paulo Tamer, diretor da Divisão de Polícia Metropolitana (DPM), o retrato falado foi baseado em relato de testemunhas que viram o suspeito sair da lan house no bairro do Guamá acompanhado por R. uma semana antes de ele ser encontrado morto. 'As testemunhas foram muito incisivas no reconhecimento dessa pessoa', afirmou o delegado Paulo Tamer.
Por questão de segurança, a Polícia mantém sob sigilo todas as testemunhas que colaboraram com os peritos do Serviço de Perícia Iconográfica e Retrato Falado, da diretoria de Identificação da Polícia Civil, responsáveis pelo trabalho de construção do retrato. A Polícia acredita que, com a divulgação do rosto do posssível serial killer, ele seja reconhecido e a população passe informações através do Disque Denúncia 181.
R. foi morto em março passado e A foi assassinado nas mesmas circunstâncias em janeiro deste ano. Por serem amigos e freqüentarem as mesmas escola e lan house no bairro do Guamá, há fortes indícios de que o assassino seja essa pessoa que freqüentava o local, além de se corresponder com as vítimas através da internet.
A lan house no bairro do Guamá foi o local onde os dois meninos foram vistos pela última vez. Apesar disso, a Polícia não descarta a ação de um maníaco sexual ou até ritual de magia negra. Nos dois casos, as cenas dos crimes foram deixadas praticamente iguais.
Perto dos corpos havia um par de sandálias e os shorts estavam ao lado da cabeça das vítimas. Os dois estavam despidos, sugerindo a hipótese de que poderiam ter sido vítimas de abuso sexual. Como no assassinato de A., em janeiro, o corpo do garoto R.
foi encontrado distante uns 100 metros da margem da pista, dentro da mata fechada.
Por causa dos crimes, as lojas de acesso à internet acabaram na mira da Polícia. Em uma operação que durou quatro dias, a Polícia Civil fechou 46 estabelecimentos. A maioria não apresentava alvará de funcionamento, licença da prefeitura e autorização do juizado de menores.
Polícia busca terceira vítima na Ceasa
A Polícia do Pará vai realizar uma operação minuciosa de busca pelo corpo do adolescente José Raimundo Oliveira, que tinha 15 anos quando desapareceu, em dezembro passado.
O garoto tinha um perfil semelhante ao dos adolescentes Adriano Augusto Nogueira Martins e Ruan Valente Sacramento, assassinados este ano nas matas da Ceasa, em Belém. José Raimundo Oliveira morava no Guamá, estudava na escola Ruth Rozita e freqüentava a mesma lan house que Adriano e Ruan, e, pelas concidências entre eles, pode ter sido a primeira vítima do um assassino em série ou serial killer. A Polícia já está preparando a operação de buscas para começar nos próximos dias e que deverá envolver diversas áreas da segurança pública.
Se José Raimundo estiver de fato morto como uma das vítimas do serial killer, ele não só pode como 'deve estar' enterrado nas matas da Ceasa, na avaliação de Ilana Casoy, estudiosa de criminosos em série que está colaborando com a Polícia paraense na busca do assassino, junto com a perita Maria Adelaide de Freitas Caires. Elas estiveram esta semana pela terceira vez junto com a Polícia em Belém, e, em avaliação conjunta, os investigadores decidiram partir em busca do corpo do primeiro adolescente, que pode ajudar a esclarecer a investigação. Ilana afirma que o corpo de José Raimundo, se tiver sido morto pelo mesmo assassino, 'deve estar nas matas da Ceasa' pelas características dos crimes em série, que têm muitas semelhanças entre si, e por isso o mais provável é que José Raimundo também tenha sido morto no local, mas pode ter sido enterrado.
Embora Ilana afirme que tudo sejam possibilidades, a Polícia vai realizar a operação de buscas para ter um esclarecimento maior dos crimes. 'Esses meninos, mesmo mortos, podem nos dizer muita coisa. Sabemos das dificuldades, pelo tamanho da mata e pelo tempo que já se passou, porém esse é um caminho que poderá trazer muitos esclarecimentos. Como já afirmei antes, a Polícia paraense já avançou muito nas investigações, usando o tempo todo a ciência em favor dessa investigação, situação pouco comum em outros estados brasileiros', ressalta.
Durante a investigação, a força-tarefa comandada pelo delegado Paulo Tamer já fez uma busca parcial em 600 metros quadrados de área da mata, mas sem sucesso. 'Essa nova busca deverá varrer uma área muito maior. Não será uma tarefa fácil para os órgãos de segurança, que, por outro lado, não estão medindo esforços para avançar nas investigações e prender o assassino. Todos, dos delegados Paulo Tamer e Justiniano, a secretária de segurança Vera Tavares, os peritos do Instituto de Perícias Renato Chaves, enfim, são tantas pessoas e órgãos envolvidos diretamente que o resultado não poderá ser diferente do que esperamos, a resolução desse caso', afirma Ilana categórica.
Segundo ela, a demora maior entre uma investigação de crimes em série e crimes comuns é exatamente as diferenças de motivação entre os assassinos. 'Em um crime comum, os motivos levam aos matadores. Pode ser uma cobrança de dívida, um cirme passional, enfim, muitas motivações que podem levar ao criminoso, enquanto nos crimes em série o assassino não tem uma motivação para matar alguém, as vítimas, infelizmente, são escolhidas apenas por encaixar-se no perfil que desperta o impulso de matar desse assassino', compara Ilana, ao revelar ainda que o assassino em série procurado em Belém não é um doente mental. 'Pelo perfil que já traçamos, a pessoa que estamos buscando não é doente mental', reafirma.
Ilana Casoy é autora dos livros 'Serial Killer - Louco ou cruel?' (editora Madras), 'Serial Killers - made in Brazil' e 'O Quinto Mandamento - Caso de Polícia' (editora Siciliano). Em parceria com a perita Maria Adelaide, firmou cooperação técnica com a Polícia paraense e fez um estudo com 11 itens acerca do perfil do criminoso, que se passa por por uma pessoa dócil e confiável na hora de se aproximar dos adolescentes, mas se transforma em uma pessoa de extrema violência no momento de praticar seus crimes.
Identificado corpo de mais uma criança vítima do Monstro da Ceasa
Exame de DNA atestou ser do adolescente José Raimundo Oliveira o corpo encontrado, em dezembro do ano passado, nas matas da Ceasa.
Com essa confirmação científica, a Polícia Civil tem informações indicando que José Raimundo, então com 14 anos, foi a primeira vítima do serial killer (assassino em série), ao qual são atribuídos, ainda, os assassinatos dos também adolescentes Adriano Augusto Nogueira Martins, morto em janeiro deste ano, e Ruan Valente Sacramento, encontrado em março nas matas da Ceasa. Da mesma forma que José, que seus familiares e amigos chamavam de 'Zezinho', Adriano e Ruan também tinham 14 anos, moravam no mesmo bairro, o Guamá, estudavam na mesma escola, a Ruth Rosita, freqüentavam a mesma lan house e pertencem a famílias com praticamente o mesmo perfil socioeconômico.
Em março, depois da descoberta do corpo de Ruan, policiais civis e militares, peritos criminais e homens do Corpo de Bombeiros, em um trabalho coordenado pela força-tarefa criada para investigar as mortes de Adriano e Ruan, fizeram uma varreduras nas matas da Ceasa, nos locais onde os corpos dos adolescentes foram encontrados, para recolher qualquer objeto que pudesse ter ligação com, até então, aqueles dois homicídios - de Adriano e de Ruan. E encontraram uma sandália e uma bermuda, que foram fotografadas. Esses objetos foram recolhidos 90 dias após o desaparecimento de José Raimundo, cujo corpo, em avançado estado de decomposição e sem alguns órgãos, foi encontrado em 20 de dezembro.
No decorrer das apurações, e até então havendo um mistério sobre o paradeiro de José Raimundo, que desaparecera em 16 de dezembro, a força-tarefa, coordenada pelo delegado Paulo Tamer, titular da Diretoria de Polícia Metropolitana (DPM), começou a ventilar a hipótese de que o adolescente pudesse ter sido a primeira vítima do matador em série. Ao ver as fotos, a mãe de José Raimundo disse que a sandália encontrada era igual àquela que seu filho usava quando sumiu de casa. A bermuda também se assemalhava ao estilo das que ele gostava de usar.
Com autorização judicial, a Polícia Civil realizou a exumação do corpo até então desconhecido e enterrado, como indigente, no cemitério do Tapanã. Durante a exumação, há dois meses, foi colhido material para a análise de DNA. Na semana passada, a força-tarefa recebeu o resultado do exame, feito pelo Instituto de Pesquisa de DNA Forense, da Polícia Civil do Distrito Federal.
Com a comprovação científica do DNA, as investigações, agora, vão retroceder a dezembro, por causa da morte de José Raimundo. O corpo dele estava na mesma área em que foram encontrados os corpos de Adriano e Ruan. Uma das respostas que os policiais vão querer obter agora dos peritos do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves é a seguinte: se aquele solo da Ceasa favorece uma rápida decomposição de um corpo humano - no caso o de José Raimundo -, considerando que, sabe-se agora, o cadáver do adolescente foi encontrado quatro dias após seu desaparecimento. Essa resposta é importante para saber, por exemplo, se José Raimundo foi morto naquela área ou seu corpo apenas foi deixado naquele parte do terreno da Ceasa.
O corpo estava separado da cabeça. A força-tarefa quer saber se isso ocorreu pela ação do tempo ou se a vítima, assim como Adriano e Ruan, também foi enforcada. No dia em que seu corpo foi encontrado, 20 de dezemebro, José Raimundo completaria 15 anos. Uma fonte ouvida ontem por O LIBERAL afirmou que as investigações para localizar e prender o serial killer avançaram tanto que foi possível descobrir que José Raimundo está morto e que o criminoso provavelmente seja o mesmo que tirou a vida de Adriano e Ruan. Agora, o corpo do adolescente será exumado e submetido a nova necropsial. Também terá que haver autorização judicial para que haja novo sepultamento. A família do adolescente recebeu a notícia na semana passada (D. P.)
Com essa confirmação científica, a Polícia Civil tem informações indicando que José Raimundo, então com 14 anos, foi a primeira vítima do serial killer (assassino em série), ao qual são atribuídos, ainda, os assassinatos dos também adolescentes Adriano Augusto Nogueira Martins, morto em janeiro deste ano, e Ruan Valente Sacramento, encontrado em março nas matas da Ceasa. Da mesma forma que José, que seus familiares e amigos chamavam de 'Zezinho', Adriano e Ruan também tinham 14 anos, moravam no mesmo bairro, o Guamá, estudavam na mesma escola, a Ruth Rosita, freqüentavam a mesma lan house e pertencem a famílias com praticamente o mesmo perfil socioeconômico.
Em março, depois da descoberta do corpo de Ruan, policiais civis e militares, peritos criminais e homens do Corpo de Bombeiros, em um trabalho coordenado pela força-tarefa criada para investigar as mortes de Adriano e Ruan, fizeram uma varreduras nas matas da Ceasa, nos locais onde os corpos dos adolescentes foram encontrados, para recolher qualquer objeto que pudesse ter ligação com, até então, aqueles dois homicídios - de Adriano e de Ruan. E encontraram uma sandália e uma bermuda, que foram fotografadas. Esses objetos foram recolhidos 90 dias após o desaparecimento de José Raimundo, cujo corpo, em avançado estado de decomposição e sem alguns órgãos, foi encontrado em 20 de dezembro.
No decorrer das apurações, e até então havendo um mistério sobre o paradeiro de José Raimundo, que desaparecera em 16 de dezembro, a força-tarefa, coordenada pelo delegado Paulo Tamer, titular da Diretoria de Polícia Metropolitana (DPM), começou a ventilar a hipótese de que o adolescente pudesse ter sido a primeira vítima do matador em série. Ao ver as fotos, a mãe de José Raimundo disse que a sandália encontrada era igual àquela que seu filho usava quando sumiu de casa. A bermuda também se assemalhava ao estilo das que ele gostava de usar.
Com autorização judicial, a Polícia Civil realizou a exumação do corpo até então desconhecido e enterrado, como indigente, no cemitério do Tapanã. Durante a exumação, há dois meses, foi colhido material para a análise de DNA. Na semana passada, a força-tarefa recebeu o resultado do exame, feito pelo Instituto de Pesquisa de DNA Forense, da Polícia Civil do Distrito Federal.
Com a comprovação científica do DNA, as investigações, agora, vão retroceder a dezembro, por causa da morte de José Raimundo. O corpo dele estava na mesma área em que foram encontrados os corpos de Adriano e Ruan. Uma das respostas que os policiais vão querer obter agora dos peritos do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves é a seguinte: se aquele solo da Ceasa favorece uma rápida decomposição de um corpo humano - no caso o de José Raimundo -, considerando que, sabe-se agora, o cadáver do adolescente foi encontrado quatro dias após seu desaparecimento. Essa resposta é importante para saber, por exemplo, se José Raimundo foi morto naquela área ou seu corpo apenas foi deixado naquele parte do terreno da Ceasa.
O corpo estava separado da cabeça. A força-tarefa quer saber se isso ocorreu pela ação do tempo ou se a vítima, assim como Adriano e Ruan, também foi enforcada. No dia em que seu corpo foi encontrado, 20 de dezemebro, José Raimundo completaria 15 anos. Uma fonte ouvida ontem por O LIBERAL afirmou que as investigações para localizar e prender o serial killer avançaram tanto que foi possível descobrir que José Raimundo está morto e que o criminoso provavelmente seja o mesmo que tirou a vida de Adriano e Ruan. Agora, o corpo do adolescente será exumado e submetido a nova necropsial. Também terá que haver autorização judicial para que haja novo sepultamento. A família do adolescente recebeu a notícia na semana passada (D. P.)
Vítima de serial killer é desenterrada
Crimes na ceasa
Peritos vão fazer uma série de exames no cadáver de José Raimundo Oliveira
Peritos do Centro de Perícia Científica Renato Chaves desenterraram ontem, no cemitério do Tapanã, o corpo de José Raimundo Oliveira, de 15 anos, a primeira vítima do maníaco que ficou conhecido como 'Monstro da Ceasa'. O procedimento, conhecido tecnicamente como exumação, ocorreu após autorização concedida esta semana pelo diretor do Fórum Criminal, juiz Paulo Jussara, e foi acompanhado por Waldir Freire, um dos cinco delegados que compõem a Força Terefa que investiga o caso.
Waldir Freire disse que a intenção da Polícia e dos peritos é descobrir, por meio de novos exames, a causa da morte de José Raimundo. Outros dois adolescentes também foram encontrados mortos nas matas da Ceasa, vítimas serial killer. Adriano Augusto Nogueira Martins, em janeiro deste ano, e Ruan Valente Sacramento, em março, que foram mortos por asfixia e encontrados seminus na mata.
José Raimundo desapareceu de sua residência no dia 16 de dezembro do ano passado. O corpo dele foi encontrado quatro dias depois, completamente nu, sem cabeça, sem órgão genital e em avançado estágio de decomposição. A necropsia realizada na época não foi capaz de descobrir a identidade e nem a causa de sua morte. Por isso, ele foi enterrado como indigente no cemitério do Tapanã.
José Raimundo ainda constava nos arquivos da Polícia como 'desaparecido'. Em março desse ano, em novas incursões às matas da Ceasa, a Polícia encontrou uma bermuda e chinelos que pertenciam a ele. Os objetos foram reconhecidos pelos familiares do adolescente. Suspeitando que o corpo enterrado como indigente fosse o do adolescente, a Polícia solicitou ao CPC Renato Chaves que fossem feitos exames de DNA em amostras do cadáver. No último dia 18, os peritos confirmaram que o corpo enterrado no Tapanã era mesmo o do adolescente desaparecido. A Polícia então solicitou à Justiça autorização para exumar o cadáver.
Os restos mortais de José Raimundo agora serão submetidos a exames que vão complementar a necropsia realizada à época em que o cadáver foi encontrado. O objetivo final, descobrir a causa da morte, não será tarefa fácil, segundo o médico-legista Eualt Oliveira, devido ao seu estado, após quase oito meses da morte. 'Faremos exames de raio X, odontolegais, antropológicos, entre outros. Será bastante trabalhoso, mas vamos lançar mão de todos os recursos para chegarmos ao nosso objetivo', promete o legista.
No final da manhã de ontem, logo após ter chegado no IML, o cadáver do adolescente foi submetido ao primeiro exame - um raio X de corpo inteiro realizado com equipamento cedido pelo Hospital da Aeronáutica. 'Temos esse tipo de equipamento aqui no IML. Mas o do Hospital da Aeronáutica é portátil e melhor de ser manuseado', explicou o legista.
Concluídos todos os exames, o corpo será liberado à família para que o enterro de José Raimundo possa finalmente ser realizado.
Peritos vão fazer uma série de exames no cadáver de José Raimundo Oliveira
Peritos do Centro de Perícia Científica Renato Chaves desenterraram ontem, no cemitério do Tapanã, o corpo de José Raimundo Oliveira, de 15 anos, a primeira vítima do maníaco que ficou conhecido como 'Monstro da Ceasa'. O procedimento, conhecido tecnicamente como exumação, ocorreu após autorização concedida esta semana pelo diretor do Fórum Criminal, juiz Paulo Jussara, e foi acompanhado por Waldir Freire, um dos cinco delegados que compõem a Força Terefa que investiga o caso.
Waldir Freire disse que a intenção da Polícia e dos peritos é descobrir, por meio de novos exames, a causa da morte de José Raimundo. Outros dois adolescentes também foram encontrados mortos nas matas da Ceasa, vítimas serial killer. Adriano Augusto Nogueira Martins, em janeiro deste ano, e Ruan Valente Sacramento, em março, que foram mortos por asfixia e encontrados seminus na mata.
José Raimundo desapareceu de sua residência no dia 16 de dezembro do ano passado. O corpo dele foi encontrado quatro dias depois, completamente nu, sem cabeça, sem órgão genital e em avançado estágio de decomposição. A necropsia realizada na época não foi capaz de descobrir a identidade e nem a causa de sua morte. Por isso, ele foi enterrado como indigente no cemitério do Tapanã.
José Raimundo ainda constava nos arquivos da Polícia como 'desaparecido'. Em março desse ano, em novas incursões às matas da Ceasa, a Polícia encontrou uma bermuda e chinelos que pertenciam a ele. Os objetos foram reconhecidos pelos familiares do adolescente. Suspeitando que o corpo enterrado como indigente fosse o do adolescente, a Polícia solicitou ao CPC Renato Chaves que fossem feitos exames de DNA em amostras do cadáver. No último dia 18, os peritos confirmaram que o corpo enterrado no Tapanã era mesmo o do adolescente desaparecido. A Polícia então solicitou à Justiça autorização para exumar o cadáver.
Os restos mortais de José Raimundo agora serão submetidos a exames que vão complementar a necropsia realizada à época em que o cadáver foi encontrado. O objetivo final, descobrir a causa da morte, não será tarefa fácil, segundo o médico-legista Eualt Oliveira, devido ao seu estado, após quase oito meses da morte. 'Faremos exames de raio X, odontolegais, antropológicos, entre outros. Será bastante trabalhoso, mas vamos lançar mão de todos os recursos para chegarmos ao nosso objetivo', promete o legista.
No final da manhã de ontem, logo após ter chegado no IML, o cadáver do adolescente foi submetido ao primeiro exame - um raio X de corpo inteiro realizado com equipamento cedido pelo Hospital da Aeronáutica. 'Temos esse tipo de equipamento aqui no IML. Mas o do Hospital da Aeronáutica é portátil e melhor de ser manuseado', explicou o legista.
Concluídos todos os exames, o corpo será liberado à família para que o enterro de José Raimundo possa finalmente ser realizado.
Menino retorna ao local do crime
Ontem Vítima de abusos, o garoto participa do 'levantamento de local' perto da Ceasa
O menino agredido esteve ontem no local do crime, acompanhado pela assistente social Márcia Rezek, do Pró-Paz.
Ele apontou aos peritos o local exato para onde foi levado. 'Hoje (ontem) é que ele conseguiu conversar melhor sobre o assunto e até concordou em vir aqui ajudar a polícia. Na quarta-feira, logo depois do acontecido, ele pouco falava. É um comportamento comum entre vítimas de agressão desse tipo', explicou Rezek.
O garoto procurou primeiramente a Seccional da Cremação para comunicar a violência por ele sofrida. De lá, foi encaminhado à Santa Casa de Misericórdia, onde funciona o Pró-Paz. Ali, ele foi submetido a exames periciais e médicos e mantido em observação, recebendo alta ontem de manhã. Ele continuará acompanhado pela equipe do Pró-Paz até que esteja plenamente recuperado do trauma.
Levantamento
Ontem de manhã, policiais civis que integram a Força-Tarefa que investiga o caso 'Monstro da Ceasa' acompanharamo o levantamento de local de crime, aonde o garoto de 11 anos foi levado na última quarta-feira. O perito Vamilton Albuquerque, diretor do Instituto de Criminalística do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves, coordenou o levantamento.
Dentro da mata, o trabalho de Vamilton e sua equipe foi acompanhado pelos delegados Robério Pinheiro e Waldir Freire, dois dos cinco que integram a Força-Tarefa do caso 'Mostro da Ceasa'. Equipes de reportagem foram mantidas longe da área periciada. 'Para que todos os elementos do local de crime sejam preservados, apenas a polícia e a perícia poderão entrar', determinou o delegado Waldir, antes de o trabalho ter início.
O levantamento de local de crime durou cerca de 40 minutos. 'Estivemos aqui já na quarta-feira, logo que o garoto comunicou o fato à polícia. Mas as condições de luminosidade eram muito ruins. Por isso, retornamos hoje de manhã', explicou Vamilton Albuquerque.
Passo a passo
O menino de 11 anos foi ouvido, ontem à tarde, na Delegacia do Marco, acompanhado por uma assistente do Pró-Paz, o programa do Governo do Estado que atende a crianças e adolescentes vítimas de violência sexual. Leia algumas revelações da criança.
Na manhã de quarta-feira, o menino saiu de sua casa para vender algumas latas de alumínio. Depois, a pedido da irmã, foi comprar açaí, às 10 horas.
Ao retornar da compra, o menino contou ter sido abordado por um homem alto, magro, moreno, cabelos pretos e 1,80 m de altura. O desconhecido estava em uma bicicleta.
O homem ofereceu ao menino R$ 10,00, para que o garoto reparasse sua bicicleta, pois ele iria a um banco sacar dinheiro. O menino subiu na garupa da bicicleta.
O desconhecido, porém, pegou o caminho da Ceasa. O garoto ainda perguntou se aquela era a Ceasa. O homem respondeu que não, que era o caminho do banco, ao qual somente por ali ele teria acesso.
Às proximidades do matagal, eles pararam. O homem disse que iria urinar. Só que, ao retornar, o desconhecido foi logo dizendo para a criança tirar a roupa e ficar despida.
O menino correu, mas foi perseguido. Ao alcançá-lo, o desconhecido apertou seu pescoço. Em seguida, o puxou com força para dentro do mato.
Mais uma vez, exigiu que o menino tirasse a roupa. Do contrário, o mataria com a faca que portava.
O menino obedeceu. O agressor também tirou as suas roupas.
O menino reagiu, jogando uma pedra nesse homem, atingindo seu braço. O desconhecido o agrediu com socos em sua cabeça e no rosto.
A criança desmaiou.
Ao recobrar os sentidos, foi novamente agredida.
O acusado tentou abusar sexualmente do menino.
Viu outro homem tentando levar sua bicicleta, escondida às margens do matagal.
Esse homem percebeu o que acontecia na mata e questionou a ação do desconhecido.
Os dois lutaram, e o agressor ficou ferido. O outro homem fugiu, assim como o agressor.
Ao perceber que estava sozinho, o menino vestiu suas roupas e saiu pedindo socorro aos motoristas do veículo que passavam pela estrada. Ninguém parou para ajudá-lo.
Depois de caminhar alguns minutos, a criança chegou a um lava-jato, pediu ajuda e a Polícia foi acionada.
INCORPORAÇÂO DE RUAN
Segundo amigos da família de Ruan Valente Sacramento, a irmã dele, Darly Sacramento, teria 'incorporado' o espírito do garoto ao final da manhã de ontem. A adolescente estava em casa, no bairro do Guamá, acompanhada da mãe, Marly Valente, quando passou a falar 'com a voz de Ruan'. A moça, falando como se fosse o próprio Ruan, pediu à mãe que a levasse até a mata da Ceasa, onde, segundo ela, precisava falar com o 'Rui'. Ela referia-se ao investigador Rui Santos, chefe de operações da Seccional do Comércio, que também integra a Força-Tarefa que investiga o caso.
Ao chegar no local, a família teve acesso ao investigador, que também acompanhava o trabalho dos peritos do CPC dentro da mata. 'Ela chegou perto de mim e simplesmente começou a dar uma série de informações. Falou até a altura da criança atacada esta semana, 1,30m. Na verdade, ela confirmou muitas informações que nós já tínhamos. Não deixa de ser um fato importante para o nosso trabalho', comentou Rui, ainda surpreso com o acontecimento.
'Realmente, ficamos perplexos. Como ela poderia saber que eu estava aqui?', comentou.
Mãe e filha chegaram de carro, por volta do meio-dia, acompanhadas de um amigo que, ao ser abordado por repórteres, disse 'não saber direito o que estava acontecendo'. Elas entraram e saíram sozinhas da mata. Ambas choravam muito e não respondiam a nenhuma pergunta, como se não estivessem escutando o que lhe diziam.
Especialista diz que espírito de Ruan ainda não poderia 'incorporar
O que pode ser um novo ataque do serial killer que atua no Pará ganhou um ingrediente inusitado ontem. Durante a busca de novas provas no local onde mais uma criança foi violentada pelo criminoso que ficou conhecido como o 'Monstro da Ceasa', a equipe de policiais e peritos que investiga os crimes e a imprensa foi surpreendida pela chegada da mãe e da irmã de um dos jovens mortos pelo assassino e presenciaram o que parecia ser a manifestação mediúnica de Ruan. O jovem teria descrito com detalhes o assassino e sua última vítima, um menino de apenas 11 anos, e falado também sobre o ataque, ocorrido na quarta-feira de Cinzas. Para o presidente da Federação Espírita Paraense, Oscar Rocha, no entanto, dificilmente uma dos meninos mortos poderá ajudar a elucidar o caso, que já ganhou repercussão internacional.
Segundo relatos de algumas pessoas que presenciaram a suposta tentativa de comunicação de Ruan Sacramento Valente, estudante de 14 anos, encontrado morto em 22 de março de 2007, nas matas da Ceasa, o que surpreende é que a família das vítimas do maníaco que atrai adolescentes através da internet não haviam sido informadas ainda do possível novo ataque do serial killer e mesmo assim apareceram ontem no local exato onde o criminoso foi flagrado.
Além disso, a jovem chegou ao local chamando pelo nome de um dos investigadores, que não conheceria, e informando detalhes físicos da última criança atacada e do próprio suspeito de ser o assassino. Foi o suficiente para começar a circular a versão de que o espírito do jovem teria se materializado usando o corpo da irmã para tentar impedir que novas mortes ocorram.
Na visão do presidente da Federação Espírita Paraense, Oscar Rocha, no entanto, isto seria impossível. 'Já recebemos quase uma centena de pessoas, nos 22 anos de existência dessa instituição, evidenciando que estariam acontecendo situações semelhantes, só que a gente verifica de imediato o estado emocional e percebe que o que pode ocorrer é uma situação de animismo, quando a pessoa mergulha no profundo do emocional. Quando, numa situação de forte emoção, ocorre essa ‘incorporação’, geralmente a pessoa vai buscar informações de vidas passadas'.
Ainda de acordo com Oscar Rocha, nenhum dos meninos assassinados poderia voltar a se manifestar tão rapidamente entre os vivos, por conta do forte trauma vivido no momento do ataque do maníaco. Eles agora, de acordo com o que preconiza a doutrina espírita, estão passando por uma fase de tratamento para superar o que ocorreu e só poderão fazer contato com alguém no plano terreno daqui a pelo menos 15 anos. 'No plano espiritual, as entidades, ao sair do corpo, são regidas por hierarquias rigorosas. Existem leis diferentes das que temos em nosso plano, que são praticamente impossíveis de ser desobedecidas. É como o leito do rio, em que a água passa naturalmente. E daqui a 20 anos, se forem autorizados a vir fazer uma comunicação, eles ainda manifestarão o mesmo sofrimento que sentiram no momento'.
Questionado sobre as coincidências do que foi dito pela jovem enquanto estaria, supostamente, sob a influência do irmão, com os acontecimentos do dia anterior e a descrição precisa de pessoas feita pela irmã de Ruan, o presidente da Federação insiste que, no máximo, o que poderia ocorrer é, sendo a jovem sensitiva, ter reproduzido situação parecida vivenciada por ela em vidas passadas. Além disso, somente pessoas muito preparadas, como era o caso do médium Chico Xavier, poderiam fazer um contato deste gênero.
Para ser um médium, entrar nessa fase prática, precisa de vários anos de estudos teóricos e práticos. Não é de um estalo, imediatamente'.
Outra possibilidade, segundo o especialista, é que tenha ocorrido uma influência, ou irradiação, de espíritos maus, chamados pelos seguidores da doutrina de 'galhofeiros'. Sendo a jovem sensitiva, e estando com o pensamento sempre voltado para a morte do irmão, ela teria então atraído mentes em conflito, que não são sérias e que poderiam, portanto, ter agido sobre a jovem. 'É um contato paralelo, uma outra pessoa que não está entre os vivos influenciou a jovem', explica.
O menino agredido esteve ontem no local do crime, acompanhado pela assistente social Márcia Rezek, do Pró-Paz.
Ele apontou aos peritos o local exato para onde foi levado. 'Hoje (ontem) é que ele conseguiu conversar melhor sobre o assunto e até concordou em vir aqui ajudar a polícia. Na quarta-feira, logo depois do acontecido, ele pouco falava. É um comportamento comum entre vítimas de agressão desse tipo', explicou Rezek.
O garoto procurou primeiramente a Seccional da Cremação para comunicar a violência por ele sofrida. De lá, foi encaminhado à Santa Casa de Misericórdia, onde funciona o Pró-Paz. Ali, ele foi submetido a exames periciais e médicos e mantido em observação, recebendo alta ontem de manhã. Ele continuará acompanhado pela equipe do Pró-Paz até que esteja plenamente recuperado do trauma.
Levantamento
Ontem de manhã, policiais civis que integram a Força-Tarefa que investiga o caso 'Monstro da Ceasa' acompanharamo o levantamento de local de crime, aonde o garoto de 11 anos foi levado na última quarta-feira. O perito Vamilton Albuquerque, diretor do Instituto de Criminalística do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves, coordenou o levantamento.
Dentro da mata, o trabalho de Vamilton e sua equipe foi acompanhado pelos delegados Robério Pinheiro e Waldir Freire, dois dos cinco que integram a Força-Tarefa do caso 'Mostro da Ceasa'. Equipes de reportagem foram mantidas longe da área periciada. 'Para que todos os elementos do local de crime sejam preservados, apenas a polícia e a perícia poderão entrar', determinou o delegado Waldir, antes de o trabalho ter início.
O levantamento de local de crime durou cerca de 40 minutos. 'Estivemos aqui já na quarta-feira, logo que o garoto comunicou o fato à polícia. Mas as condições de luminosidade eram muito ruins. Por isso, retornamos hoje de manhã', explicou Vamilton Albuquerque.
Passo a passo
O menino de 11 anos foi ouvido, ontem à tarde, na Delegacia do Marco, acompanhado por uma assistente do Pró-Paz, o programa do Governo do Estado que atende a crianças e adolescentes vítimas de violência sexual. Leia algumas revelações da criança.
Na manhã de quarta-feira, o menino saiu de sua casa para vender algumas latas de alumínio. Depois, a pedido da irmã, foi comprar açaí, às 10 horas.
Ao retornar da compra, o menino contou ter sido abordado por um homem alto, magro, moreno, cabelos pretos e 1,80 m de altura. O desconhecido estava em uma bicicleta.
O homem ofereceu ao menino R$ 10,00, para que o garoto reparasse sua bicicleta, pois ele iria a um banco sacar dinheiro. O menino subiu na garupa da bicicleta.
O desconhecido, porém, pegou o caminho da Ceasa. O garoto ainda perguntou se aquela era a Ceasa. O homem respondeu que não, que era o caminho do banco, ao qual somente por ali ele teria acesso.
Às proximidades do matagal, eles pararam. O homem disse que iria urinar. Só que, ao retornar, o desconhecido foi logo dizendo para a criança tirar a roupa e ficar despida.
O menino correu, mas foi perseguido. Ao alcançá-lo, o desconhecido apertou seu pescoço. Em seguida, o puxou com força para dentro do mato.
Mais uma vez, exigiu que o menino tirasse a roupa. Do contrário, o mataria com a faca que portava.
O menino obedeceu. O agressor também tirou as suas roupas.
O menino reagiu, jogando uma pedra nesse homem, atingindo seu braço. O desconhecido o agrediu com socos em sua cabeça e no rosto.
A criança desmaiou.
Ao recobrar os sentidos, foi novamente agredida.
O acusado tentou abusar sexualmente do menino.
Viu outro homem tentando levar sua bicicleta, escondida às margens do matagal.
Esse homem percebeu o que acontecia na mata e questionou a ação do desconhecido.
Os dois lutaram, e o agressor ficou ferido. O outro homem fugiu, assim como o agressor.
Ao perceber que estava sozinho, o menino vestiu suas roupas e saiu pedindo socorro aos motoristas do veículo que passavam pela estrada. Ninguém parou para ajudá-lo.
Depois de caminhar alguns minutos, a criança chegou a um lava-jato, pediu ajuda e a Polícia foi acionada.
INCORPORAÇÂO DE RUAN
Segundo amigos da família de Ruan Valente Sacramento, a irmã dele, Darly Sacramento, teria 'incorporado' o espírito do garoto ao final da manhã de ontem. A adolescente estava em casa, no bairro do Guamá, acompanhada da mãe, Marly Valente, quando passou a falar 'com a voz de Ruan'. A moça, falando como se fosse o próprio Ruan, pediu à mãe que a levasse até a mata da Ceasa, onde, segundo ela, precisava falar com o 'Rui'. Ela referia-se ao investigador Rui Santos, chefe de operações da Seccional do Comércio, que também integra a Força-Tarefa que investiga o caso.
Ao chegar no local, a família teve acesso ao investigador, que também acompanhava o trabalho dos peritos do CPC dentro da mata. 'Ela chegou perto de mim e simplesmente começou a dar uma série de informações. Falou até a altura da criança atacada esta semana, 1,30m. Na verdade, ela confirmou muitas informações que nós já tínhamos. Não deixa de ser um fato importante para o nosso trabalho', comentou Rui, ainda surpreso com o acontecimento.
'Realmente, ficamos perplexos. Como ela poderia saber que eu estava aqui?', comentou.
Mãe e filha chegaram de carro, por volta do meio-dia, acompanhadas de um amigo que, ao ser abordado por repórteres, disse 'não saber direito o que estava acontecendo'. Elas entraram e saíram sozinhas da mata. Ambas choravam muito e não respondiam a nenhuma pergunta, como se não estivessem escutando o que lhe diziam.
Especialista diz que espírito de Ruan ainda não poderia 'incorporar
O que pode ser um novo ataque do serial killer que atua no Pará ganhou um ingrediente inusitado ontem. Durante a busca de novas provas no local onde mais uma criança foi violentada pelo criminoso que ficou conhecido como o 'Monstro da Ceasa', a equipe de policiais e peritos que investiga os crimes e a imprensa foi surpreendida pela chegada da mãe e da irmã de um dos jovens mortos pelo assassino e presenciaram o que parecia ser a manifestação mediúnica de Ruan. O jovem teria descrito com detalhes o assassino e sua última vítima, um menino de apenas 11 anos, e falado também sobre o ataque, ocorrido na quarta-feira de Cinzas. Para o presidente da Federação Espírita Paraense, Oscar Rocha, no entanto, dificilmente uma dos meninos mortos poderá ajudar a elucidar o caso, que já ganhou repercussão internacional.
Segundo relatos de algumas pessoas que presenciaram a suposta tentativa de comunicação de Ruan Sacramento Valente, estudante de 14 anos, encontrado morto em 22 de março de 2007, nas matas da Ceasa, o que surpreende é que a família das vítimas do maníaco que atrai adolescentes através da internet não haviam sido informadas ainda do possível novo ataque do serial killer e mesmo assim apareceram ontem no local exato onde o criminoso foi flagrado.
Além disso, a jovem chegou ao local chamando pelo nome de um dos investigadores, que não conheceria, e informando detalhes físicos da última criança atacada e do próprio suspeito de ser o assassino. Foi o suficiente para começar a circular a versão de que o espírito do jovem teria se materializado usando o corpo da irmã para tentar impedir que novas mortes ocorram.
Na visão do presidente da Federação Espírita Paraense, Oscar Rocha, no entanto, isto seria impossível. 'Já recebemos quase uma centena de pessoas, nos 22 anos de existência dessa instituição, evidenciando que estariam acontecendo situações semelhantes, só que a gente verifica de imediato o estado emocional e percebe que o que pode ocorrer é uma situação de animismo, quando a pessoa mergulha no profundo do emocional. Quando, numa situação de forte emoção, ocorre essa ‘incorporação’, geralmente a pessoa vai buscar informações de vidas passadas'.
Ainda de acordo com Oscar Rocha, nenhum dos meninos assassinados poderia voltar a se manifestar tão rapidamente entre os vivos, por conta do forte trauma vivido no momento do ataque do maníaco. Eles agora, de acordo com o que preconiza a doutrina espírita, estão passando por uma fase de tratamento para superar o que ocorreu e só poderão fazer contato com alguém no plano terreno daqui a pelo menos 15 anos. 'No plano espiritual, as entidades, ao sair do corpo, são regidas por hierarquias rigorosas. Existem leis diferentes das que temos em nosso plano, que são praticamente impossíveis de ser desobedecidas. É como o leito do rio, em que a água passa naturalmente. E daqui a 20 anos, se forem autorizados a vir fazer uma comunicação, eles ainda manifestarão o mesmo sofrimento que sentiram no momento'.
Questionado sobre as coincidências do que foi dito pela jovem enquanto estaria, supostamente, sob a influência do irmão, com os acontecimentos do dia anterior e a descrição precisa de pessoas feita pela irmã de Ruan, o presidente da Federação insiste que, no máximo, o que poderia ocorrer é, sendo a jovem sensitiva, ter reproduzido situação parecida vivenciada por ela em vidas passadas. Além disso, somente pessoas muito preparadas, como era o caso do médium Chico Xavier, poderiam fazer um contato deste gênero.
Para ser um médium, entrar nessa fase prática, precisa de vários anos de estudos teóricos e práticos. Não é de um estalo, imediatamente'.
Outra possibilidade, segundo o especialista, é que tenha ocorrido uma influência, ou irradiação, de espíritos maus, chamados pelos seguidores da doutrina de 'galhofeiros'. Sendo a jovem sensitiva, e estando com o pensamento sempre voltado para a morte do irmão, ela teria então atraído mentes em conflito, que não são sérias e que poderiam, portanto, ter agido sobre a jovem. 'É um contato paralelo, uma outra pessoa que não está entre os vivos influenciou a jovem', explica.
O retorno do maníaco? - Edição de 08/02/2008
MEDO E COBRANÇAS
A suspeita de que o serial killer conhecido como 'Monstro da Ceasa' voltou a agir mobilizou a polícia, a imprensa, entidades de direitos humanos e familiares das outras vítimas, e mais uma vez colocou em xeque a capacidade de a polícia paraense prender o acusado.
Anteontem, Quarta-feira de Cinzas, um homem obrigou um garoto a entrar na mata da Ceasa e foi flagrado enquanto espancava e tentava estuprá-lo. O agressor fugiu e o menino está sob proteção policial. Várias circunstâncias levantam a suspeita de que o acusado é o mesmo que já matou outros três garotos: o local onde a nova vítima foi abordada (bairro da Cremação) e para onde foi levada (mata da Ceasa); a cor (morena) e a idade (11 anos) do menino; a questão da violência sexual (estupro com características homossexuais) e a descrição do acusado (alto, moreno e magro).
Um fato de características fantásticas soma-se a essas circunstâncias: uma irmã de Ruan Sacramento (um dos meninos mortos pelo 'Monstro da Ceasa') teria incorporado ontem, mediunicamente, o espírito do irmão e, como se fosse Ruan, pediu sem causa aparente para ser levada à mata da Ceasa, para falar com o investigador 'Rui'. O 'espírito' de Ruan teria, inclusive, descrito o agressor como o mesmo que matara já três meninos. Ao ser levada à mata, a moça primeiro surpreendeu a família, que não sabia que a polícia ali estava em uma busca; e surpreendeu a própria polícia (inclusive o investigador Rui, que ela não conhecia) e a imprensa, já que os familiares das vítimas anteriores nada sabiam da busca, até por não haver confirmação de vínculos.
Independentemente de confirmações e para além da mediunidade, o fato repercutiu ontem em rádios e televisões e o serial killer voltou a fazer parte do medo e da indignação de todos. A presidente da OAB-PA, Mary Cohen, afirmou de forma categórica que, se uma das vítimas fosse de classe abastada, a polícia já teria prendido o assassino. Marco Apolo, da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos, afirmou que a polícia paraense deveria pedir ajuda nacional e até internacional para resolver o caso. Enquanto isso, o diretor de Polícia Metropolitana, delegado Paulo Tamer, diz que é precipitado afirmar que o novo agressor seja mesmo o serial killer e diz que a demora dos resultados no caso se deve à complexidade desse tipo de investigação.
Acompanhe nesta e nas duas páginas seguintes mais um capítulo dessa história policial que já mexe com a cidade há mais de um ano.
Desconhecido atraiu o menino com dez reais
Um menino de 11 anos foi atraído para as matas da Ceasa, na última quarta-feira, onde foi espancado e violentado sexualmente por um homem que pode ser o mesmo que ficou conhecido como 'Monstro da Ceasa'. A suspeita de que o maníaco tenha voltado a agir foi reforçada por um fato curioso ocorrido ontem, durante o levantamento de local de crime realizado por peritos do 'Renato Chaves'. Uma irmã de Ruan Sacramento, uma das vítimas do maníaco da Ceasa, chegou ao local dizendo ter 'incorporado' o espírito do irmão. A adolescente teria dado a entender que se trata da mesma pessoa, inclusive dando a descrição física do agressor. O fato surpreendeu a todos, já que a família de Ruan não sabia da presença dos peritos e da polícia nas matas da Ceasa, naquele horário.
Por volta do meio-dia da última quarta-feira, o garoto de 11 anos foi abordado por um desconhecido numa rua próxima à sua residência, no bairro da Cremação. O local exato dessa abordagem não foi informado pela polícia, que ainda mantém muitas informações sob sigilo para que a investigação não seja prejudicada. O agressor ofereceu R$ 10 para que a criança 'apenas reparasse a bicicleta dele'. No entanto, ao topar o suposto trabalho, o garoto foi levado para a Estrada da Ceasa, onde foi obrigado a entrar na mata. O agressor o ameaçou por meio de força física.
O garoto foi salvo por um transeunte que passou pelo local. O homem, ainda não identificado, notou uma bicicleta estacionada à margem da pista. Ao se aproximar, ouviu gritos e avistou o menino sendo espancado dentro da mata. O transeunte interrompeu o crime, chegando a travar luta corporal com o agressor, que conseguiu fugir na bicicleta. Até ontem de manhã, a polícia tentava localizar essa testemunha para ouvi-la em depoimento.
A vítima relatou ainda que o agressor teria perdido o aparelho celular antes de entrar na mata. A criança foi obrigada a procurar o objeto, mas não o encontrou. Durante o levantamento de local, os peritos deram especial atenção a esse fato, já que o celular do agressor poderia conter informações preciosas para a investigação. Até equipes do Corpo de Bombeiros foram acionadas para derrubar uma área de capim alto na margem da pista onde o aparelho poderia estar.
No entanto, ao final do levantamento de local, nada de relevante se encontrou, segundo a polícia.
Apesar de várias semelhanças entre o modo de agir do agressor da última quarta-feira com o chamado 'Monstro da Ceasa', o delegado Waldir Freire acredita que ainda é cedo para garantir que os dois sejam a mesma pessoa. 'Tanto que o caso dessa criança da Cremação ficará a cargo da delegada Deuza Seabra, da Delegacia do Marco. Nós, da Força-Tarefa que investiga o caso Ceasa, vamos apenas acompanhar as investigações dela e cruzar informações', disse ele.
Apesar de várias semelhanças entre o modo de agir do agressor da última quarta-feira com o chamado 'Monstro da Ceasa', o delegado Waldir Freire acredita que ainda é cedo para garantir que os dois sejam a mesma pessoa. 'Tanto que o caso dessa criança da Cremação ficará a cargo da delegada Deuza Seabra, da Delegacia do Marco. Nós, da Força-Tarefa que investiga o caso Ceasa, vamos apenas acompanhar as investigações dela e cruzar informações', disse ele.
“Matei os meninos!” - Edição de 12/02/2008
‘Monstro da ceasa’
A confissão acima, feita ontem pelo ex-soldado do Exército André Barbosa, foi recebida pela população de Belém com sentimento de justiça e alívio. Entre 16 de dezembro de 2006 e 22 de março de 2007, três adolescentes foram mortos em circunstâncias semelhantes, o que levou a polícia a concluir que se tratava de um serial killer - assassino em série -, logo conhecido como 'Monstro da Ceasa'.
André Barbosa foi preso no domingo passado, após ser flagrado agredindo a quarta vítima, e ontem à tarde confessou ser o homem procurado pelos três assassinatos.
Com a confissão, detalhes escabrosos - o assassino, que fora adotado quando tinha três meses, foi abusado sexualmente entre os seis e os sete anos; declarou-se fã de armas, guerras e de Adolf Hitler; conhecia e visitava para consolar as famílias das vítimas; foi aos três enterros e chorou sobre o caixão de um dos adolescentes; matava entre dezembro e março por ser mês de festas familiares, em que sentia inveja das crianças e adolescentes na companhia dos parentes; disse que ouvia 'vozes' enquanto cometia os crimes e que, depois, não encontrava explicação para os fatos, ainda que se reconhecesse como o responsável.
Outras duas circunstâncias surpreendentes: a irmã de um dos acusados afirmou ter tido um transe mediúnico e, sem motivo aparente, apareceu nas matas da Ceasa, no momento em que a polícia levava o que seria a quarta vítima para fazer o reconhecimento de local; e também se revelou ontem que não houve nenhum ladrão de bicicleta, que teria flagrado o assassino a agredir o quarto garoto e com quem teria travado luta corporal (esse 'ladrão' seria uma invenção do garoto, abalado emocionalmente).
O sentimento de alívio foi tanto maior quando se conhecem casos de assassinos em série que só são presos depois de dezenas de assassinatos; e a sensação de justiça se reconhecia ontem no rosto das famílias das vítimas, mães que jamais vão se recuperar das atrocidades sofridas pelos meninos. Outra reação foi comum às famílias e vizinhos dos garotos mortos - a do estarrecimento, da estupefação por descobrir quem era o assassino, um jovem tido como exemplar, que ajudava mendigos e consolava velhinhos, e de quem jamais houve qualquer queixa no bairro do Guamá. Veja nesta e nas três páginas seguintes os detalhes de um dos casos policiais que mais chocaram Belém, no qual a polícia paraense desempenhou papel tido como exemplar, ao usar o serviço de inteligência e tecnologia para fechar o cerco e prender o assassino.
Na confissão, assassino diz que agiu por impulso e que não é um monstro
'Não sou esse monstro. Agi por impulso'. A afirmação é do ex-militar do Exército André Barbosa, de 26 anos, o homem que a Polícia Civil aponta como o matador de três adolescentes, entre dezembro de 2006 e março de 2007, nas matas da estrada da Ceasa. Detido na tarde de domingo, ele também é acusado de atacar, na semana passada, um garoto de 11 anos, que conseguiu fugir. André confessou todos os crimes. Ao ser apresentado à imprensa, ontem à tarde, o acusado disse ter se arrependido dos assassinatos dos adolescentes, cujas famílias ele conhecia.
Os parentes das vítimas, porém, nunca suspeitaram do ex-militar. 'Foi um momento de fraqueza, agi sem pensar', completou André, durante a tumultuada e rápida entrevista aos jornalistas.
Na entrevista, André Barbosa disse que matou os três garotos, mas não soube explicar os próprios atos. 'Não consigo obter resposta para isso. Estou arrependido'. O ex-militar também não fez comentários sobre os abusos sexuais sofridos pelas vítimas. E pediu perdão aos parentes dos meninos por ter 'traído a confiança deles'. Usando um colete do Grupo de Pronto-Emprego (GPE), e escoltado por policiais dessa unidade da Polícia Civil, André não quis dar mais declarações aos repórteres e foi retirado do auditório da Delegacia Geral de Polícia Civil.
A Polícia Civil divulgou detalhes da confissão de André, que nasceu na cidade paulista de Guarujá, é solteiro e revelou que, na infância, foi abusado sexualmente. Ele contou que veio para Belém com três meses de nascido, sendo criado por uma família no bairro do Guamá. Só conheceu a mãe biológica, que hoje viveria fora do País. Não conheceu o pai. André disse que não completou o nível médio, mas serviu ao Exército em 1999. No Exército, aprendeu a fazer vários tipos de nó em cordas. André Barbosa contou aos policiais civis ter sido violentado sexualmente várias vezes quando tinha de seis para sete anos de idade, por um homem que se chamava 'Max'. Esse homem teria sido morto por causa de problemas com traficantes de drogas, no bairro do Guamá.
De acordo com André, 'Max' lhe dava linha e papagaios (pipas) para brincar. Ele contou que, toda vez que era violentado, 'Max' ameaçava matá-lo, caso contasse a história para alguém. André Barbosa revelou que conhecia os três adolescentes que matou. Ele confirmou que freqüentava a mesma 'lan house' à qual as crianças compareciam, na avenida José Bonifácio, de nome 'Fox' e que foi fechada depois das mortes das crianças. Também passou a freqüentar a 'lan house' de nome 'Big Boi', naquela mesma avenida.
DINHEIRO
André Barbosa contou que, para convencer os garotos a sair com ele, oferecia dinheiro para que tomassem conta de sua bicicleta, enquanto faria um jogo em uma casa lotérica, em frente ao colégio Paulo Maranhão, também na avenida José Bonifácio. Segundo os policiais, ele sempre usava a desculpa de que já lhe tinham roubado uma outra bicicleta. Depois, levava os meninos para as matas da Ceasa. Sobre as mortes, André Barbosa contou que tinha muita confusão na cabeça e ouvia 'vozes'. E que, depois, deparava-se com as crianças mortas. André Barbosa também afirmou que, durante a noite do dia de cada crime, ficava em desespero e que, quando via os noticiários sobre as mortes, não acreditava que ele tivesse cometido os crimes, apesar de se lembrar de todos.
Também explicou com quais golpes dominava as vítimas: 'triângulo', 'arm lock' e 'guilhotina' e um outro que aplicava pelas costas dos adolescentes, de nome 'mata-leão'. André contou ainda que todas as mortes foram causadas por estrangulamento, usando cordas de nylon. Ele disse que estrangulava quando os garotos já estavam desacordados e que agia sozinho em todos os crimes.
Os policiais também quiseram saber a razão pelo qual os assassinatos eram praticados entre dezembro e março. André disse que essa era a época em que via os filhos reunidos com as famílias, por causa de festas como o Natal e o Ano Novo. E, por ter sido adotado, ele não estava com os pais biológicos nessas datas especiais, e sim com os adotivos. Sobre a idade das vítimas que atacou, entre 11 e 15 anos, disse que não as escolhia pela idade, mas que o fazia de forma aleatória.
A confissão acima, feita ontem pelo ex-soldado do Exército André Barbosa, foi recebida pela população de Belém com sentimento de justiça e alívio. Entre 16 de dezembro de 2006 e 22 de março de 2007, três adolescentes foram mortos em circunstâncias semelhantes, o que levou a polícia a concluir que se tratava de um serial killer - assassino em série -, logo conhecido como 'Monstro da Ceasa'.
André Barbosa foi preso no domingo passado, após ser flagrado agredindo a quarta vítima, e ontem à tarde confessou ser o homem procurado pelos três assassinatos.
Com a confissão, detalhes escabrosos - o assassino, que fora adotado quando tinha três meses, foi abusado sexualmente entre os seis e os sete anos; declarou-se fã de armas, guerras e de Adolf Hitler; conhecia e visitava para consolar as famílias das vítimas; foi aos três enterros e chorou sobre o caixão de um dos adolescentes; matava entre dezembro e março por ser mês de festas familiares, em que sentia inveja das crianças e adolescentes na companhia dos parentes; disse que ouvia 'vozes' enquanto cometia os crimes e que, depois, não encontrava explicação para os fatos, ainda que se reconhecesse como o responsável.
Outras duas circunstâncias surpreendentes: a irmã de um dos acusados afirmou ter tido um transe mediúnico e, sem motivo aparente, apareceu nas matas da Ceasa, no momento em que a polícia levava o que seria a quarta vítima para fazer o reconhecimento de local; e também se revelou ontem que não houve nenhum ladrão de bicicleta, que teria flagrado o assassino a agredir o quarto garoto e com quem teria travado luta corporal (esse 'ladrão' seria uma invenção do garoto, abalado emocionalmente).
O sentimento de alívio foi tanto maior quando se conhecem casos de assassinos em série que só são presos depois de dezenas de assassinatos; e a sensação de justiça se reconhecia ontem no rosto das famílias das vítimas, mães que jamais vão se recuperar das atrocidades sofridas pelos meninos. Outra reação foi comum às famílias e vizinhos dos garotos mortos - a do estarrecimento, da estupefação por descobrir quem era o assassino, um jovem tido como exemplar, que ajudava mendigos e consolava velhinhos, e de quem jamais houve qualquer queixa no bairro do Guamá. Veja nesta e nas três páginas seguintes os detalhes de um dos casos policiais que mais chocaram Belém, no qual a polícia paraense desempenhou papel tido como exemplar, ao usar o serviço de inteligência e tecnologia para fechar o cerco e prender o assassino.
Na confissão, assassino diz que agiu por impulso e que não é um monstro
'Não sou esse monstro. Agi por impulso'. A afirmação é do ex-militar do Exército André Barbosa, de 26 anos, o homem que a Polícia Civil aponta como o matador de três adolescentes, entre dezembro de 2006 e março de 2007, nas matas da estrada da Ceasa. Detido na tarde de domingo, ele também é acusado de atacar, na semana passada, um garoto de 11 anos, que conseguiu fugir. André confessou todos os crimes. Ao ser apresentado à imprensa, ontem à tarde, o acusado disse ter se arrependido dos assassinatos dos adolescentes, cujas famílias ele conhecia.
Os parentes das vítimas, porém, nunca suspeitaram do ex-militar. 'Foi um momento de fraqueza, agi sem pensar', completou André, durante a tumultuada e rápida entrevista aos jornalistas.
Na entrevista, André Barbosa disse que matou os três garotos, mas não soube explicar os próprios atos. 'Não consigo obter resposta para isso. Estou arrependido'. O ex-militar também não fez comentários sobre os abusos sexuais sofridos pelas vítimas. E pediu perdão aos parentes dos meninos por ter 'traído a confiança deles'. Usando um colete do Grupo de Pronto-Emprego (GPE), e escoltado por policiais dessa unidade da Polícia Civil, André não quis dar mais declarações aos repórteres e foi retirado do auditório da Delegacia Geral de Polícia Civil.
A Polícia Civil divulgou detalhes da confissão de André, que nasceu na cidade paulista de Guarujá, é solteiro e revelou que, na infância, foi abusado sexualmente. Ele contou que veio para Belém com três meses de nascido, sendo criado por uma família no bairro do Guamá. Só conheceu a mãe biológica, que hoje viveria fora do País. Não conheceu o pai. André disse que não completou o nível médio, mas serviu ao Exército em 1999. No Exército, aprendeu a fazer vários tipos de nó em cordas. André Barbosa contou aos policiais civis ter sido violentado sexualmente várias vezes quando tinha de seis para sete anos de idade, por um homem que se chamava 'Max'. Esse homem teria sido morto por causa de problemas com traficantes de drogas, no bairro do Guamá.
De acordo com André, 'Max' lhe dava linha e papagaios (pipas) para brincar. Ele contou que, toda vez que era violentado, 'Max' ameaçava matá-lo, caso contasse a história para alguém. André Barbosa revelou que conhecia os três adolescentes que matou. Ele confirmou que freqüentava a mesma 'lan house' à qual as crianças compareciam, na avenida José Bonifácio, de nome 'Fox' e que foi fechada depois das mortes das crianças. Também passou a freqüentar a 'lan house' de nome 'Big Boi', naquela mesma avenida.
DINHEIRO
André Barbosa contou que, para convencer os garotos a sair com ele, oferecia dinheiro para que tomassem conta de sua bicicleta, enquanto faria um jogo em uma casa lotérica, em frente ao colégio Paulo Maranhão, também na avenida José Bonifácio. Segundo os policiais, ele sempre usava a desculpa de que já lhe tinham roubado uma outra bicicleta. Depois, levava os meninos para as matas da Ceasa. Sobre as mortes, André Barbosa contou que tinha muita confusão na cabeça e ouvia 'vozes'. E que, depois, deparava-se com as crianças mortas. André Barbosa também afirmou que, durante a noite do dia de cada crime, ficava em desespero e que, quando via os noticiários sobre as mortes, não acreditava que ele tivesse cometido os crimes, apesar de se lembrar de todos.
Também explicou com quais golpes dominava as vítimas: 'triângulo', 'arm lock' e 'guilhotina' e um outro que aplicava pelas costas dos adolescentes, de nome 'mata-leão'. André contou ainda que todas as mortes foram causadas por estrangulamento, usando cordas de nylon. Ele disse que estrangulava quando os garotos já estavam desacordados e que agia sozinho em todos os crimes.
Os policiais também quiseram saber a razão pelo qual os assassinatos eram praticados entre dezembro e março. André disse que essa era a época em que via os filhos reunidos com as famílias, por causa de festas como o Natal e o Ano Novo. E, por ter sido adotado, ele não estava com os pais biológicos nessas datas especiais, e sim com os adotivos. Sobre a idade das vítimas que atacou, entre 11 e 15 anos, disse que não as escolhia pela idade, mas que o fazia de forma aleatória.
OS PASSOS DE UM ASSASSINO - Edição de 12/02/2008
Em 16 de dezembro de 2006, André Barbosa matou o primeiro adolescente; a série de atrocidades acabou no domingo, com sua prisão.
1 - Primeira vítima do matador da Ceasa, embora a última a ser identificada, José Raimundo de Oliveira, de 15 anos, desapareceu no dia 16 de dezembro de 2006. O corpo dele foi encontrado quatro dias depois, completamente nu, sem cabeça, sem órgão genital e em avançado estágio de decomposição. A necropsia realizada à época não foi capaz de descobrir a identidade e nem a causa da morte. Por isso, o jovem foi enterrado como indigente no cemitério do Tapanã. José Raimundo ainda constava dos arquivos da Polícia como ‘desaparecido’, quando, em março de 2007, em novas incursões às matas da Ceasa, a Polícia encontrou uma bermuda e chinelos que foram identificados positivamente pela família. A Polícia solicitou ao Centro de Perícias Científicas Renato Chaves que fossem feitos exames de DNA em amostras do cadáver. A confirmação de que se tratava de José Raimundo veio no segundo semestre.
2 - Adriano Augusto Nogueira Martins saiu da casa dos pais por volta das 14 horas de 10 de janeiro de 2007. Das 14 às 18 horas daquele dia, o garoto ficou em uma lan-house na avenida José Bonifácio, que costumava freqüentar para participar de jogos. Foi visto pela última vez na praça Dalcídio Jurandir, no bairro da Cremação. Na tarde do dia seguinte, 11 de janeiro, o corpo dele foi encontrado nas matas da Ceasa.
3 - Ruan Valente Sacramento, que, assim como Adriano, tinha 14 anos, saiu da residência dos avós, que o criavam desde pequeno, ainda pela manhã, dizendo que brincaria de bola em frente ao imóvel. Desde então, 22 de março, não mais foi visto. Na tarde do mesmo dia, o corpo dele foi encontrado nas matas da Ceasa. Para chegar à conclusão de que os adolescentes foram vítimas do mesmo matador (ou dos mesmos matadores), a força-tarefa, comandada pelo delegado Paulo Tamer, enumerava os seguintes pontos - até então, a comparação só podia ser feita entre Adriano e Ruan, já que ainda não havia a confirmação da morte de José Raimundo.
4 - conhecia os outros dois adolescentes, e também é filho de pais separados. Até então - ou seja, antes da confirmação da morte de José Raimundo - a análise feita pelo delegado Paulo Tamer era de que as evidências indicavam que o assassino em série começou a unificar suas ações a partir da morte de Ruan. Ou seja, repetiu neste homicídio os mesmos procedimentos adotados no assassinato de Adriano. É a uniformidade das ações que caracteriza um serial killer, explicou o policial.
5 - No curso das investigações, a força-tarefa recebeu o primeiro perfil psicológico do homem apontado como autor das mortes na Ceasa. Esse perfil foi elaborado por Ilana Casoy e Maria Adelaide de Freitas Caires, especialistas em estudar matadores em série. O perfil mostra que o criminoso é um homem dócil e confiável na hora de se aproximar dos adolescentes, principalmente para ganhar sua confiança. Mas que se torma muito violento no momento de praticar os crimes.
6 - Quase um ano após a última morte, Polícia e imprensa voltam a se mobilizar por conta do serial killer. Feriado prolongado de carnaval. Quarta-feira de cinzas, 6 de fevereiro de 2008. Um garoto de 11 anos é assediado por um homem que o leva até as matas da Embrapa, próximo à Ceasa. O molestador foi flagrado por um ladrão que tentava roubar sua bicicleta, jogada às margens da entrada da mata, enquanto espancava e tentava abusar sexualmente do menino. Os dois chegaram a lutar, mas o agressor fugiu e a vítima procurou ajuda. O menino está sob proteção policial.
7 - No dia seguinte, enquanto a Polícia começa a investigar se este seria mais um novo ataque do serial killer que começou a agir em dezembro de 2006, Darly Sacramento, irmã de um dos jovens assassinados, Ruan Sacramento, aparece no local onde estão sendo feitas as buscas, nas matas onde ocorreu o ataque. No que aparenta ser uma manifestação mediúnica, a jovem descreve detalhes do agressor e da vítima e aumenta os rumores entre os populares de que o monstro da Ceasa, como ficou conhecido o assassino, teria voltado a agir.
8 - Domingo, 10 de fevereiro de 2008. É preso André Barbosa, acusado de tentar estuprar o garoto na quarta-feira de cinzas. Ele é, também, o primeiro suspeito de ser o autor da série de mortes que intrigou a Polícia e amedrontou a população da capital paraense. De início, André negou; ontem, confessou os assassinatos.
9 - Segunda-feira, 11 de fevereiro. A Polícia apresenta o suspeito André Barbosa.
1 - Primeira vítima do matador da Ceasa, embora a última a ser identificada, José Raimundo de Oliveira, de 15 anos, desapareceu no dia 16 de dezembro de 2006. O corpo dele foi encontrado quatro dias depois, completamente nu, sem cabeça, sem órgão genital e em avançado estágio de decomposição. A necropsia realizada à época não foi capaz de descobrir a identidade e nem a causa da morte. Por isso, o jovem foi enterrado como indigente no cemitério do Tapanã. José Raimundo ainda constava dos arquivos da Polícia como ‘desaparecido’, quando, em março de 2007, em novas incursões às matas da Ceasa, a Polícia encontrou uma bermuda e chinelos que foram identificados positivamente pela família. A Polícia solicitou ao Centro de Perícias Científicas Renato Chaves que fossem feitos exames de DNA em amostras do cadáver. A confirmação de que se tratava de José Raimundo veio no segundo semestre.
2 - Adriano Augusto Nogueira Martins saiu da casa dos pais por volta das 14 horas de 10 de janeiro de 2007. Das 14 às 18 horas daquele dia, o garoto ficou em uma lan-house na avenida José Bonifácio, que costumava freqüentar para participar de jogos. Foi visto pela última vez na praça Dalcídio Jurandir, no bairro da Cremação. Na tarde do dia seguinte, 11 de janeiro, o corpo dele foi encontrado nas matas da Ceasa.
3 - Ruan Valente Sacramento, que, assim como Adriano, tinha 14 anos, saiu da residência dos avós, que o criavam desde pequeno, ainda pela manhã, dizendo que brincaria de bola em frente ao imóvel. Desde então, 22 de março, não mais foi visto. Na tarde do mesmo dia, o corpo dele foi encontrado nas matas da Ceasa. Para chegar à conclusão de que os adolescentes foram vítimas do mesmo matador (ou dos mesmos matadores), a força-tarefa, comandada pelo delegado Paulo Tamer, enumerava os seguintes pontos - até então, a comparação só podia ser feita entre Adriano e Ruan, já que ainda não havia a confirmação da morte de José Raimundo.
4 - conhecia os outros dois adolescentes, e também é filho de pais separados. Até então - ou seja, antes da confirmação da morte de José Raimundo - a análise feita pelo delegado Paulo Tamer era de que as evidências indicavam que o assassino em série começou a unificar suas ações a partir da morte de Ruan. Ou seja, repetiu neste homicídio os mesmos procedimentos adotados no assassinato de Adriano. É a uniformidade das ações que caracteriza um serial killer, explicou o policial.
5 - No curso das investigações, a força-tarefa recebeu o primeiro perfil psicológico do homem apontado como autor das mortes na Ceasa. Esse perfil foi elaborado por Ilana Casoy e Maria Adelaide de Freitas Caires, especialistas em estudar matadores em série. O perfil mostra que o criminoso é um homem dócil e confiável na hora de se aproximar dos adolescentes, principalmente para ganhar sua confiança. Mas que se torma muito violento no momento de praticar os crimes.
6 - Quase um ano após a última morte, Polícia e imprensa voltam a se mobilizar por conta do serial killer. Feriado prolongado de carnaval. Quarta-feira de cinzas, 6 de fevereiro de 2008. Um garoto de 11 anos é assediado por um homem que o leva até as matas da Embrapa, próximo à Ceasa. O molestador foi flagrado por um ladrão que tentava roubar sua bicicleta, jogada às margens da entrada da mata, enquanto espancava e tentava abusar sexualmente do menino. Os dois chegaram a lutar, mas o agressor fugiu e a vítima procurou ajuda. O menino está sob proteção policial.
7 - No dia seguinte, enquanto a Polícia começa a investigar se este seria mais um novo ataque do serial killer que começou a agir em dezembro de 2006, Darly Sacramento, irmã de um dos jovens assassinados, Ruan Sacramento, aparece no local onde estão sendo feitas as buscas, nas matas onde ocorreu o ataque. No que aparenta ser uma manifestação mediúnica, a jovem descreve detalhes do agressor e da vítima e aumenta os rumores entre os populares de que o monstro da Ceasa, como ficou conhecido o assassino, teria voltado a agir.
8 - Domingo, 10 de fevereiro de 2008. É preso André Barbosa, acusado de tentar estuprar o garoto na quarta-feira de cinzas. Ele é, também, o primeiro suspeito de ser o autor da série de mortes que intrigou a Polícia e amedrontou a população da capital paraense. De início, André negou; ontem, confessou os assassinatos.
9 - Segunda-feira, 11 de fevereiro. A Polícia apresenta o suspeito André Barbosa.
Um mergulho na mente criminosa
Crimes da CeasaIlana Casoy e Maria Adelaide Caires entrevistam o maníaco da Ceasa
André Barbosa, o homem que confessou ter matado três adolescentes e atacado um menino de 11 anos, começou a ser entrevistado, ontem pela manhã, pela pesquisadora e escritora Ilana Casoy, a perita Maria Adelaide de Freitas Caires e a psicóloga Cíntia Amorim, esta última da Polícia Civil paraense. Elas vão traçar um perfil psicológico do acusado. Ilana Casoy estuda a ação dos matadores em série, sobre os quais já escreveu livros.
Os policiais não acompanharam a avaliação, que deverá indicar quem de fato é André Barbosa, para que não houvesse a menor interferência, já que, agora, esse trabalho é conduzido pelas especialistas. Está marcada para a manhã de hoje uma entrevista coletiva com Ilana Casoy, Maria Adelaide e Cíntia Amorim, durante qual elas vão dar informações sobre a avaliação de André Barbosa.
O perfil elaborado pelas especialistas vai constar do inquérito instaurado pela Polícia Civil. Há 11 meses os policiais civis estavam à procura do 'matador da Ceasa'. André foi detido, na tarde do último domingo, em sua casa, no bairro do Guamá. A princípio, e diante das evidências, já que os policiais encontraram seu celular na mata da Ceasa, ele admitiu, apenas, o ataque ao menino de 11 anos. Ao tentar imobilizar o menino, ele caiu, possibilitando a fuga da vítima. Nesse momento, perdeu o celular.
Coordenador da força-tarefa que investigou o serial killer, o delegado Paulo Tamer disse que o nome de André já aparecia nas investigações. O perfil dele também conduzia com o do homem que há quase um ano vinha sendo procurado pelos investigadores. Usando modernas técnicas de interrogatório, disse o delegado Tamer, e ao tomar conhecimento dos indícios que existiam contra ele, o acusado foi sendo colocado no cenário dos crimes. E aí, então, forneceu detalhes sobre os ataques aos adolescentes. E também revelou que, quando criança, foi abusado sexualmente por um homem, que ele disse ser traficante e morreu por causa de seu envolvimento com o tráfico de entorpecente.
Em entrevista exclusiva a O LIBERAL, na última terça-feira, André confessou os crimes e se disse arrependido. Ele também afirmou não ter uma explicação para seus atos violentos. 'Quando chegava nessas horas, quando eu ia me tocar, eu já tinha feito. Não dava mais para voltar atrás', disse. O acusado também afirmou que procurava as famílias das vítimas, às quais demonstrava sua solidariedade. O que assustou todos é que ninguém nunca desconfiou de André. Segundo o delegado Paulo Tamer, essa é uma característica do matador em série. Ele é uma pessoa insuspeita, confiável e com bom trânsito na comunidasde.
Na entrevista, André confessou que, primeiro, imobilizava os meninos e, depois, os estrangulava. No entanto, não fala se abusou sexualmente ou não das vítimas. Segundo o delegado Paulo Tamer, isso ocorre porque André foi vítima de violência sexual e, portanto, não faz referência ao fato de ter feito o mesmo com suas vítimas. O acusado também afirmou que deixou pistas para que os policiais o prendessem. Tanto que, afirmou ele, deixou cair o celular na mata da Ceasa. A localização do telefone foi decisiva para a sua captura.
Paulo Tamer disse que André fez essa declaração porque quer passar a idéia de que está no controle da situação, como se quissesse atrair para si todas as atenções. Com a prisão preventiva decretada pela Justiça, o ex-militar do Exército está sob a custódia da Polícia Civil, vigiado por agentes do Grupo de Pronto-Emprego. Segundo o delegado Tamer, tal vigilância é necessária porque André já manifestou o desejo de se matar.
“Monstro” se envergonha e chora Edição de 16/02/2008
Comportamento - Serial killer conta por que matou os meninos a três especialistas
André Barbosa, o ex-militar de 26 anos que assassinou três garotos nas matas próximas à Ceasa, em Belém, chorou descontroladamente durante a entrevista concedida anteontem à psiquiatra forense Maria Adelaide Aires, à pesquisadora Ilana Casoy e à psicóloga Cíntia Amorim, esta da Polícia Civil paraense. Durante as quase oito horas de depoimentos, o homem que ficou conhecido como o 'Monstro da Ceasa' mostrou-se envergonhado e apavorado com o que fez, contou ter sido bastante humilhado na escola e disse ter esquecido alguns momentos específicos dos assassinatos.
Emocionado, precisou interromper a entrevista em alguns momentos para se recompor. Lembrou-se, no entanto, das últimas palavras do garoto José Raimundo Oliveira, de 14 anos, sua primeira vítima, atacada pelas costas: 'Pára, cara'. Para Ilana Casoy, elas sugerem que o garoto não fazia qualquer idéia de que André tentava assassiná-lo. 'Ele tem o direito de falar que ‘dava um branco’, porque ele não tem explicação de por quê fez aquilo', afirma. 'O que eles (assassinos em série) querem dizer é: não me reconheço no assassino.'
De acordo com as especialistas, embora não se possam precisar as causas específicas do comportamento do serial killer, elas atravessam aspectos biológicos, psicológicos e sociais com origens ainda na infância. Fato eminente é que André Barbosa teria sido abusado sexualmente por um homem chamado Max, quando tinha entre 6 e 11 anos de idade. André Barbosa também fora expulso do Exército por questões disciplinares que as pesquisadoras se negam a divulgar. O histórico de frustrações pode ter contribuído para uma escalada que o teria levado a cometer os crimes.
Elas ressaltam, no entanto, que a entrevista não consiste em avaliação psicológica, mas em uma investigação do comportamento de André Barbosa. Avaliam que a escolha de uma vítima oriunda de local diferente das anteriores sugere que André sabia que poderia ser um dos suspeitos. E revelam que o garoto de 11 anos que escapou do assassino na semana passada teria dito à Polícia que 'Quando entrei lá (no matagal), sabia que seria morto'.
PERFIL
Tido como rapaz exemplar pelos vizinhos, André era um dos cinco últimos suspeitos – dos 32 iniciais - sobre os quais a força-tarefa da Polícia paraense se debruçara após os assassinatos de José Raimundo Oliveira, Adriano Augusto Martins e Ruan Sacramento Valente, crimes ocorridio entre dezembro de 2006 e março de 2007. Segundo Ilana Casoy, a confirmação de que ele era o Monstro da Ceasa confirmou em grande parte o perfil delineado em abril de 2007 pelas pesquisadoras.
Ela afirma que, ainda naquela época, o perfil encontrado com base na reconstrução do comportamento do criminoso apontava para um serial killer organizado, que levava seu kit-crime para o local dos assassinatos, provavelmente com os nós das cordas já preparados. Ele procurava um local seguro, onde ninguém o visse e pudesse ouvir a vítima, cujo corpo era abandonado no local onde o crime fora cometido. A motivação dos crimes seria sexual e a vítima seria selecionada e estudada com antecedência. Embora o local do crime fosse distante do assassino, a casa de suas vítimas e a lan house que freqüentavam eram próximas dele.
O perfil demonstrava, porém, que, embora as vítimas parecessem relacionadas entre si, elas não necessariamente estariam para o criminoso. Naquela época, o perfil não considerava que André escolhesse as vítimas obrigatoriamente porque estudassem na mesma escola. As vítimas seriam dóceis e de baixo risco social, não-expostas a riscos iminentes tais como estão as crianças de rua, mas seriam facilmente convencidas por dinheiro. O serial killer atacaria sempre por trás e, se houvesse atos de violência sexual, eles seriam realizados após a morte dos garotos. O perfil também considerava provável que o assassino já tivesse sido vítima de violência sexual.
Assassino poderia voltar a agir a qualquer hora
O perfil também sugeria uma evolução do modus operandi do assassino, evidenciado por um comportamento mais 'eficiente' de André na morte de Ruan, o último garoto a ser assassinado. A data de aniversário das vítimas não seria um fator de seleção, mas se constituía num dado importante: os três garotos assassinados estavam perto de completar 15 anos. 'Parece-nos que quando as vítimas faziam 15 anos, não as interessavam mais', afirma Ilana, citando descrição do perfil.
Entre as características psicológicas observadas na cena do crime, o perfil citava a disposição dos corpos de forma desrespeitosa quanto à sua sexualidade; agressor aparentemente heterossexual – contrariando pensamento vigente até então no âmbito policial -, possivelmente com disfunções sexuais, como ejaculação precoce; se a homossexualidade estivesse presente, ela não seria explícita; assassino competente socialmente, sem indícios de antecedentes nesse tipo de conduta; suspeitos com antecedentes em pedofilia não se adequariam ao perfil deste serial killer; o ato sexual, se houve, teria sido por violência e não por prazer. O criminoso seria uma pessoa dominadora, de valores rígidos, mandão, de baixa tolerância aos erros alheios, não-sedutor, mas confiável e que dá conselhos morais aos mais jovens, além de possuir trabalho estável.
ANGÚSTIA
'A nossa angústia é que sabíamos que estávamos num ponto da investigação em que o assassino poderia agir antes que pudéssemos prendê-lo', afirma Ilana. 'Nosso Natal e Ano Novo foi bastante preocupante.' Ela acrescenta que casos envolvendo serial killers no Norte do País apontam para uma curiosa ocorrência entre os meses de dezembro e março, na época das chuvas.
Para Maria Adelaide Aires, a prisão de André Barbosa foi rápida em comparação com a de outros assassinos em série. Ela lembra que o fato de André ter sido uma pessoa de confiança dos garotos mortos dificultou sua captura e destaca que, entre os objetos apreendidos pela Polícia na casa do assassino, não havia nada que sugerisse um comportamento perverso. 'Ele era insuspeito, um bom rapaz. Nunca havia maltratado ninguém', afirma Adelaide.
O delegado Paulo Tamer está convencido de André sabia que os crimes estavam prestes a ser esclarecidos quando agiu pela última vez e que as palestras realizadas junto à comunidade foram determinantes para que a última vítima do assassino conseguisse escapar. Acuado, André Barbosa teria sido menos cuidadoso na realização de seus crimes.
DNA comprova crimes do maníaco Edição de 14/02/2008
Ceasa - As duas últimas vítimas de André Barbosa sofreram violência sexual
Um exame de DNA confirmou que o ex-militar André Barbosa violentou o garoto Ruam Sacramento Valente, terceira vítima do serial killer. O Centro de Perícias Científicas (CPC) Renato Chaves comparou o sêmen colhido de dentro da vítima com o sangue do acusado, após este ser preso. O laudo do Centro de Perícias Renato Chaves, entregue à polícia ontem de manhã, também confirmou que a quarta vítima - a única sobrevivente - sofreu violência sexual.
O resultado do teste serviu para confirmar a confissão de André Barbosa; a chance de erro é de uma em 379 quatrilhões. Ele admitiu ter matado três rapazes e molestado um outro, que conseguiu fugir. O exame comparou apenas o material genético deixado na terceira vítima, mas a confissão do acusado, junto com as investigações da polícia, apagam qualquer dúvida sobre a autoria dos dois primeiros assassinatos, de acordo com o diretor de Polícia Metropolitana, delegado Paulo Tamer. 'A assinatura do crime é a mesma em todas as ocasiões. O local para onde eram levados os garotos, as sandálias próximas aos corpos seminus, o estrangulamento: todas essas características mostram que a mesma pessoa praticou os crimes', afirma.
Apenas o material genético colhido no corpo da terceira vítima foi usado no exame de DNA porque nos dois primeiros casos ele havia sido diluído pela chuva. 'Fatores climáticos impediram que fosse feito o mapeamento genético a partir do sêmen nas duas primeiras vítimas', conta Terezinha Palha, perita do CPC especialista em teste de DNA. Mas isso não impediu que a polícia desse como certa a autoria de André Barbosa nos três casos.
A equipe de investigação da Polícia Civil já havia solicitado ao CPC Renato Chaves o exame de comparação do material genético coletado com outros 15 suspeitos. Para todos eles o resultado deu negativo. André Barbosa, conta o delegado Tamer, estava em uma lista extensa de suspeitos, mas apenas os principais haviam feito o teste. 'Era uma questão de tempo para ser feito o teste com o real assassino', garante. Segundo Tamer, há meses a polícia já estava próximo de encontrar o serial killer.
O delegado Robério Pinheiro, diretor da Seccional do Guamá e participante da investigação, considera o caso praticamente encerrado. Ainda nesta semana o inquérito será encaminhado à Justiça, enquanto continua o levantamento para saber se houve outras vítimas do matador da Ceasa.
As informações foram dadas durante entrevista coletiva da qual participaram o professor Sidney Santos, coordenador do laboratório genético da UFPA, Waldir Freire, delegado da Seccional do Comércio, Vamilton Albuquerque, diretor do CPC Renato Chaves, Paulo Tamer, Terezinha Palha e Robério Pinheiro.
CASO
André Barbosa foi preso na segunda-feira, 11, após atacar um menino nas matas da Ceasa na última quarta-feira, 6. Em interrogatório, ele confessou também a autoria dos outros ataques ocorridos no ano passado. Segundo informações da polícia, André Barbosa, ex-militar, é o assassino em série que ficou conhecido como 'Monstro da Ceasa'.
Adriano Augusto Martins e Ruan Sacramento Valente, ambos de 14 anos, foram encontrados nas matas da Ceasa nos meses de janeiro e fevereiro de 2007, respectivamente. As mortes tiveram as mesmas características, levando a polícia a acreditar que foram praticadas pela mesma pessoa.
Os dois garotos estavam nus, com as bermudas perto da cabeça, levando a crer que foram violentados. Os corpos foram encontrados há cerca de 100 metros da margem da pista, numa área de mata fechada. José Raimundo foi a primeira vítima do 'monstro', mas o caso dele só veio à tona depois do aparecimento das duas outras vítimas. Até então, o adolescente era considerado desaparecido.
ENTREVISTA COM O ASSASSINO
“Eu precisava de ajuda” Edição de 13/02/2008
‘Monstro da ceasa’
Falando de forma pausada, e com os olhos cheios de lágrimas em alguns momentos, o ex-militar do Exército André Barbosa, de 26 anos, diz estar arrependido de ter assassinado os adolescentes José Raimundo de Oliveira, Adriano Martins e Ruan Sacramento. Ele afirmou que não tem uma explicação lógica para os crimes que praticou. Em entrevista exclusiva a O LIBERAL, ontem pela manhã, o acusado afirmou que se arrependia depois de matar os adolescentes, mas que não conseguia controlar tais atos violentos. Depois, e como se os crimes tivessem sido cometidos por outra pessoa, procurava as famílias das vítimas, a quem oferecia solidariedade e ajuda para localizar o criminoso.
Relatando problemas que teve na escola e na infância, quando diz ter sido abusado sexualmente por um traficante, o que ocorreu dos cinco aos sete anos, André diz que deixou pistas para que a Polícia o prendesse, deixando, por exemplo, o celular no local em que, na semana passada, atacou um garoto de 11 anos. Ele também diz que há muito tempo vem alimentando a idéia de se matar, para, assim, conseguir sua 'liberdade'. E, sem citar as palavras crime e morte, garante que não é um 'monstro' e merece uma 'segunda chance'. Por fim, pede aos pais que dêem mais atenção a seus filhos. Foi preciso muita cautela para entrevistar André, porque, de repente, segundo os policiais, ele poderia se fechar e não querer mais apresentar sua versão dos fatos.
Assassino diz que deixou pistas para que a Polícia pudesse localizá-lo
André, você está está arrependido dos crimes que cometeu?
Estou.
Por quê?
Porque eu traí a confiança de muita gente. Da minha família, dos meus vizinhos. Eles me respeitavam. Eu perdi a amizade de todo mundo que me respeitava.
Por que você matava os adolescentes?
Eu mesmo não consigo obter explicação. Quando chegava nessas horas, quando eu ia me tocar, eu já tinha feito. Não dava mais para voltar atrás.
Mas quando você atacava os meninos o que se passava na sua cabeça?
(Algo) Batia na cabeça quando eu fazia, aí não dava para voltar. O arrependimento vinha depois. Ao deitar de noite, eu pensava no sofrimento das famílias.
Por que, depois, você procurava as famílias, demonstrando solidariedade?
Eu sabia o que elas (as famílias) estavam sentindo. Eu estava pronto para apoiar da maneira como fosse preciso. Eu levava meus sentimentos.
A Polícia diz que você foi ao enterro dos três adolescentes. É verdade?
Não fui nos enterros.
Por quê?
Não tinha coragem de ir.
Você se lembrava dos meninos mortos?
Eu me lembrava algumas vezes quando falava com as famílias.
E o que acontecia nesses momentos, quando você lembrava?
Eu tentava agir normalmente. Como se não fosse eu que tivesse feito aquilo. Eu me arrependia muito, profundamente.
Você chorava?
Chorava, mas esse (o que matava) não era eu.
O que se passava na sua cabeça na hora em que você atacava os meninos?
Dava um branco na hora. Não batia pensamento nenhum. Quando eu me tocava, já tinha feito.
Do que você se lembra exatamente?
Lembro de levá-los para a mata, exceto fazer a execução deles. Parece que era outra pessoa que surgia do nada.
E por que isso acontecia?
Era mais forte do que eu. Não tenho como evitar.
Você conhecia os três adolescentes?
Eu os conhecia há poucos meses.
Os conhecia de onde?
Lá de perto de casa.
O que eles representavam para você?
Amigos. A gente se divertia nos cyber, nos jogos.
E o menino de 11 anos, você o conhecia?
Não conhecia ele.
Como você o encontrou?
Eu ia para o banco (na quarta-feira da semana passada). De repente, emendei pela Quintino. Aí eu o vi, pela primeira vez. Eu convidei ele para ir de bicicleta, para ele observar minha bicicleta. Eu disse que daria a ele R$ 10,00.
Até aí é você quem está agindo ou essa outra pessoa sobre a qual você não tem controle?
Sou eu mesmo. (Nesse momento, André afirma que foi ele quem deixou as pistas que levaram à sua prisão).
Por que você deixou pistas?
Eu vi a movimentação (dos policiais e nos arredores da casa dele). Se eu quisesse escapar, ninguém conseguiria pegar. No dia em que eles me pegaram... Eu queria me entregar. Eu mostrei a minha documentação para o menino de 11 anos.
Por que você mostrou seus documentos de identificação?
Porque eu queria que ele gravasse meu nome (agindo assim, o menino poderia ajudar a Polícia a identificá-lo depois).
A Polícia diz que, ao atacar o menino, você escorregou e deixou o celular cai na mata.
Eu peguei o celular, mas o deixei no chão.
Por que você faria isso?
Era uma forma de lutar contra tudo isso. Eu queria que a Polícia me localizasse. Não queria matar. Eu deixei pistas para a Polícia chegar até mim.
Por que você queria se entregar?
Porque eu precisava de ajuda.
Você abusou do menino de 11 anos?
Eu o imobilizei e o soltei. Eu deixei ele vivo.
Mas por que, então, você o levou para a mata?
Era uma forma de a Polícia chegar até mim. E fazer eu parar.
Você sabia que os policiais estavam à sua procura?
Eu sempre soube, desde o início. Eu observava a presença dos policiais, sabia que eles estavam por perto.
Por que você não se entregou, então?
Por causa de toda essa movimentação. Por medo de perder a vida, sem poder me expressar.
Você se considera um homem bom?
Eu sempre fui bom. Na vizinhança, ninguém reclama de mim.
Quando tudo isso começou (o ataque aos adolescentes)?
Não sei. Eu sentia fortes dores na cabeça. Começou há alguns anos. As dores duravam dias, não conseguia dormir.
Você procurou atendimento médico?
Eu fui no hospital, fiz uma tomografia, mas não deu nada.
Quando foi esse exame?
Julho ou agosto do ano passado.
Como eram essas vozes?
Eu sempre escutei vozes. A minha vida inteira. Desde pequeno. Eu não conseguia entender (as vozes). Não dormia. Noites e noites sem dormir.
Eram só vozes?
Também apareciam vultos. Eram espíritos. Não sei explicar.
Você falava isso para alguém?
Eu sempre falava com a minha família, que me dizia para procurar trabalhar esse lado.
Você procurou ajuda?
Não.
Por quê?
Achei que era bobagem. Sempre acontecia.
Quando apareciam as vozes e os vultos?
Só à noite, quando eu deitava.
Você sonhou com os adolescentes mortos?
Nenhuma vez sonhei com eles. Também não via a imagem deles.
Você trabalha?
Ajudava na taberna (da família). À noite, ia para um curso de informática. Ia para o segundo mês lá.
Como você conhecia a área da Ceasa?
Conhecia só quando eu passava de carro por lá. Lá é deserto, não tem nada.
Que horas você levava os meninos para lá?
Eu ia a partir do meio-dia.
Você os levava sempre de bicicleta?
Era.
Eles confiavam em você?
Confiavam.
O que vocês conversavam no caminho até a mata?
A gente falava sobre time de futebol (André torce para o São Paulo e, no Pará, para o Remo), jogos de videogame.
O acontecia quando vocês chegavam na mata?
Eles entravam comigo. Aí, eu imobilizava eles.
Você falava algo antes de imobilizá-los?
Não.
Como você os imobilizava?
Com golpes de jiu-jítsu.
Você praticava essa arte marcial?
Fui praticante.
Quantos golpes você aplicava?
Dois golpes no máximo. Eu neutralizava e deixava eles desacordados.
Esses golpes também funcionariam em um adulto?
Sim. Não há limite para idade. Não é a força, é a técnica.
“Dêem mais atenção aos seus filhos” Edição de 13/02/2008
Explicações:
André Barbosa não se recusa a responder a nenhuma pergunta, mas suas respostas são bastante sucintas. Ele tem dimensão do mal que fez e sabe que será punido, mas pede uma chance e tenta achar explicações para o que fez na violência que sofreu, na mãe que omitiu a morte do pai e até no Exército, que o dispensou - por conta de discriminação racial, segundo ele - após anos de treinamento. andré também se diz 'sadio', mas se contradiz ao aconselhar, logo depois, a outras pessoas que possam passar pelo mesmo problema dele: procurem ajuda médica, 'custe o que custar'.
A prisão, afirma com convicção, tirou um grande peso de suas costas.
Quanto tempo isso durava?
Dois minutos e meio, três minutos, no máximo.
Depois, o que acontecia?
Eu amarrava o fio no pescoço.
E depois?
Eu ia embora.
Você não fazia nada com as crianças? Não abusava delas?
Não. Eu ia embora. Não dava para fazer nada.
Que nó era esse que você dava no náilon que usava para estrangular os meninos?
Um nó normal. Nó de forca.
Onde você aprendeu a fazer esse nó?
No Exército.
Você já tinha matado alguém antes dos adolescentes?
Nunca fiz isso.
Já teve problemas com a Polícia?
Nunca tive passagem pela Polícia.
Você consome bebida alcoólica?
Não bebo, não fumo, não tenho vícios.
Você é religioso?
Sou católico. Não vou à igreja, mas rezo em casa.
Você tem namorada?
Já tive.
Quanto tempo durou o relacionamento?
Dois anos.
Você pensou em se casar?
Não tive vontade de casar.
Você quis ter filhos?
Não. Nunca me vi preparado para isso.
Qual seu projeto de vida?
Ir embora para a França (onde mora a mãe biológica dele), para servir na Legião Estrangeira (uma unidade militar da França).
Por quê?
Para mostrar para o Brasil o militar que eles perderam.
Quanto tempo você ficou no Exército?
Oito anos. Cheguei até cabo temporário.
Você acha que o Exército brasileiro não lhe deu a devida importância?
A gente passa por treinamento e, em determinado momento, (o Exército) dá um chute na bunda.
Mas o que você acha que deveria ser feito?
Tem que (o militar) ser aproveitado, independente da patente ou da cor.
Você está insinuando que sofreu discriminação no Exército?
Todo mundo sabe que sempre houve preconceito nas Forças Armadas.
Ao sair do Exército, você não quis ingressar na Polícia?
Não queria ser policial. Eu gostava de ficar em áreas onde pudesse participar de treinamento pesado. Eu gostava de fazer manobras militares.
Você gosta de filmes de guerra?
Gosto.
Qual o seu filme predileto sobre esse tema?
Lágrimas de Sol.
Você gosta de livros sobre guerra?
Gosto.
Qual o livro preferido?
A Arte da Guerra. Gosto muito de História. De ler sobre a primeira e a segunda guerra. Gosto de História em termos geral.
Você é fã do ditador Adolf Hitler?
Eu gostava das idéias dele. Com ele, a Ciência avançou. Só que ele usava a Ciência para o mal. Ele era 'genioso' (um gênio) por ter evoluído a Ciência, mas um burro por usá-la para a maldade.
Você fala das experiências com os judeus?
Sim.
Se a Polícia não tivesse te prendido, você continuaria matando?
Não. Eu conseguiria me dominar.
Como, se você diz que não tinha como controlar essa vontade?
Há muitos dias eu estou com a idéia de me matar. Penso o tempo todo em me matar.
Por quê?
Seria a liberdade.
Liberdade?
Quem plantou fui eu. Quem começou a colher fui eu.
Você teve mais alegrias ou tristezas em sua vida?
Mais tristeza até hoje.
Qual a maior tristeza?
Minha mãe biológica ter me enganado.
Como assim?
Ela passou mais de 20 anos me trazendo mensagens do meu pai. Certo dia, joguei um verde e descobri que ele morreu alguns meses depois que eu nasci.
Você sempre quis conhecer seu pai?
Sim.
Quando você descobriu a verdade?
Em 2006. Eu perguntei o local em que meu pai tinha ficado e ela, sem perceber, me falou da morte dele. Ela tinha que ter me contado. Todo mundo merece saber a verdade.
Como é o contato com sua mãe biológica?
Ela mora na França. É raro ela ir lá em casa.
Há quanto tempo ela mora lá?
Há quase 30 anos.
O que aconteceu quando você soube da morte de seu pai?
Ficou mais difícil o relacionamento (com a mãe biológica). Só que eu não demonstrava minha decepção.
Por quê?
Porque sou fechado.
E como era a relação com sua mãe adotiva?
Sempre a tratei com respeito. Ela era tudo para mim. Ela me criou desde pequeno.
É verdade que ela faleceu recentemente?
Ela morreu de parada cardíaca. Tem 12 dias hoje (ontem, terça)
Você comentou com sua mãe sobre esses crimes?
Não.
André, você se considera um criminoso?
Não.
Por quê?
Porque não fiz por vontade própria.
Você se sente culpado?
(Ele fica em silêncio por alguns instantes). Não. Não fiz por querer.
O que você acha que deve ser feito com você agora?
Preciso de toda a ajuda possível, para pagar o que fiz e poder ajudar quem eu fiz sofrer.
Você tem noção de que vai ser responsabilizado por seus crimes?
Eu sei que você pagar.
Você acha que a cadeia é o lugar onde você deve ficar?
Se eles acharem que eu vou conseguir mudar na cadeia...
O que você diria às autoridades que vão analisar seu caso?
Que preciso de ajuda psicológica.
Como foi sua infância?
Tem partes boas e ruins.
Quais as coisas boas?
As brincadeiras, a convivência com família e amigos.
E as coisas ruins?
Os professores me maltratavam. Uma professora me dava puxões de orelha.
Por que isso ocorria?
Porque eu gostava da piscina que tinha lá (um colégio que, segundo ele, ainda existe e fica na travessa Castelo Branco). Eu queria estar na piscina. Ela não deixava, me colocava de castigo atrás da porta, puxava minha orelha.
Você gostava de estudar?
Não gostava.
Por quê?
Porque me forçava a fazer o que a gente não quer. Eu não sabia ler, ela (a professora) me obrigava a ler. Eu errava as letras, e apanhava com uma régua de madeira.
Mas você gostava de alguma disciplina?
Sempre gostei de História.
Você gostaria de se formar em quê?
Em Geologia. Eu quero estudar nossos solos, nossos minérios. Faço bastante leitura sobre esse assunto.
Você teve a oportunidade de estudar?
Oportunidade eu tive, mas tive muita dificuldade para conseguir aprender as coisas.
Que dificuldades eram essas?
É que os outros queriam que eu aprendesse à força. Eu não estava preparado.
André, você foi abusado sexualmente na infância?
Teve um homem que fez mal para mim.
Você tinha que idade?
De 5 a 7 anos.
Onde acontecia o abuso?
Lá perto de casa, em um antigo matagal. Eu vivia me escondendo dele. Mas sabe como é, criança é besta para caramba.
O que ele te oferecia?
Oferecia linha e papagaio, que era o que eu gostava de brincar.
Quem era ele?
Meu vizinho. Eu tinha raiva dele.
Ele te ameaçava?
Me ameaçava e também minha família.
Você acha que ele fazia o mesmo com outros meninos?
Acho que sim.
O que aconteceu com ele?
Mataram ele (segundo André revelou à Polícia, esse homem se chamava Max, era traficante e foi morto por envolvimento com o tráfico).
Você tinha que idade quando ele foi morto?
18, 19 anos.
O que aconteceria se você o encontrasse?
Eu o mataria.
Quando você levava os meninos para a mata, você se lembrava do que aconteceu com você na infância?
Eu lembrava de tudo isso. Vinha à minha mente.
Aí você descontava nos meninos?
Era.
O que você diria agora para os pais dos adolescentes mortos?
Desculpa.
E para seus amigos?
(Silêncio por alguns instantes). Não tenho palavra.
Você é mentalmente sadio?
Sou sadio.
Se você pudesse voltar no tempo, o que você mudaria?
O dia em que me deu vontade de começar a fazer isso.
Era vontade ou necessidade?
Mais necessidade.
Você tinha que fazer, era mais forte que você?
Era.
Quem, afinal, é você?
O Andrezinho de infância, amigo, pronto para ajudar a qualquer momento, a qualquer hora. Sempre ajudei os outros. E sempre quem quebrava a cara era eu.
Como você se sente agora?
Livre.
Por quê?
Tirei um peso das pessoas, que queriam saber quem era o verdadeiro culpado.
Você acompanhava o noticiário sobre as mortes dos adolescentes?
Eu acompanhava. Eu escutava as pessoas falando. Via o noticiário na tevê.
E qual era a tua reação?
Eu sempre falava: quem será esse que está fazendo isso?
O que você tem a dizer, considerando essa outra pessoa em quem você se transformava?
Todo mundo merece uma segunda chance. Todo mundo, para aprender, tem que errar. Eu errei. Tenho que voltar e aprender tudo de novo.
A pessoa que cometeu esses crimes ficou conhecida como 'O Monstro da Ceasa'. Como você se sente ao ouvir isso?
Eu fico chateado. Não sou assim.
Você é um monstro?
Não sou um monstro.
O que você acha que vai acontecer com você a partir de agora?
Vou pagar pelos meus atos.
Como você acha que deve ser tratado a partir de agora?
Preciso de ajuda.
E o que você diria aos pais de uma maneira geral?
Dêem mais atenção aos seus filhos. Sejam presentes no que eles estão fazendo. Não os deixe só. Os pais devem escutar mais seus filhos.
Mas você era alguém de confiança, de quem ninguém nunca suspeitou de nada.
Eu era de confiança, mas não era da família deles.
Os pais devem confiar desconfiando, é isso?
É.
Como você quer que a sociedade te veja a partir de agora?
Quero que me vejam como uma pessoa simples, alegre, de família, que sempre respeitou todo mundo. Sou uma pessoa normal, como todo mundo. Eu estudo, trabalho...
O que você diria para alguém que passou pelos mesmos problemas que você?
Procure ajuda, custe o que custar.
Investigação da Polícia Civil do Pará ganha prêmio inédito do FBI
A metodologia de investigação policial empregada pela Polícia Civil do Pará no caso dos meninos da Ceasa recebeu um prêmio internacional do Departamento Federal de Investigação Norte-Americano (FBI). A medalha foi recebida pelo investigador Anderson Almeida, que integra a força-tarefa responsável em investigar as mortes, durante o Encontro Internacional da Análise da Cena do Crime ao Perfil do Criminoso, realizado em Curitiba, no Paraná, no período de 25 a 30 de novembro. O evento foi promovido pela Academia Superior de Polícia do Estado do Paraná e FBI.
O trabalho de investigação desenvolvido no Pará concorreu com diversos outros trabalhos apresentados por policiais de todo país. Foi o único a receber a premiação. “Trata-se de um prêmio inédito para o Estado do Pará”, enfatiza Almeida. Os agentes norte-americanos do FBI consideraram a metodologia de investigação aplicada pela Polícia Civil paraense como dentro dos padrões internacionais adotados pelas polícias no mundo para apuração de crimes cometidos por assassinos em série. “A investigação foi reconhecida como destaque entre todos os trabalhos realizados no país”, explica o policial.
Entre as investigações mostradas em Curitiba estão casos de assassinatos em série conhecidos nacionalmente como o do Maníaco do Parque, de São Paulo, e o dos Meninos Emasculados de Altamira e de São Luiz do Maranhão.
De acordo com o policial, o FBI é uma referência para as polícias do mundo em função das experiências de décadas de investigações de casos de assassinos em série. Os primeiros registros desses crimes foram investigados nos Estados Unidos nos anos 70. Na época, a polícia norte-americana criou a Unidade de Análise e de Ciência Comportamental, responsável em investigar as características dos crimes e traçar o perfil psicológico do assassino para, com base no estudo, buscar a identificação, localização e prisão do homicida.
A escritora Ilana Casoy está na equipe da força-tarefa da Polícia Civil do Pará, responsável pelas investigações no caso dos meninos da Ceasa.
O trabalho de investigação desenvolvido no Pará concorreu com diversos outros trabalhos apresentados por policiais de todo país. Foi o único a receber a premiação. “Trata-se de um prêmio inédito para o Estado do Pará”, enfatiza Almeida. Os agentes norte-americanos do FBI consideraram a metodologia de investigação aplicada pela Polícia Civil paraense como dentro dos padrões internacionais adotados pelas polícias no mundo para apuração de crimes cometidos por assassinos em série. “A investigação foi reconhecida como destaque entre todos os trabalhos realizados no país”, explica o policial.
Entre as investigações mostradas em Curitiba estão casos de assassinatos em série conhecidos nacionalmente como o do Maníaco do Parque, de São Paulo, e o dos Meninos Emasculados de Altamira e de São Luiz do Maranhão.
De acordo com o policial, o FBI é uma referência para as polícias do mundo em função das experiências de décadas de investigações de casos de assassinos em série. Os primeiros registros desses crimes foram investigados nos Estados Unidos nos anos 70. Na época, a polícia norte-americana criou a Unidade de Análise e de Ciência Comportamental, responsável em investigar as características dos crimes e traçar o perfil psicológico do assassino para, com base no estudo, buscar a identificação, localização e prisão do homicida.
A escritora Ilana Casoy está na equipe da força-tarefa da Polícia Civil do Pará, responsável pelas investigações no caso dos meninos da Ceasa.
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