sexta-feira, 14 de março de 2008

O MANÍACO DA CEASA - SERIAL KILLER


Domingo, 10 de fevereiro de 2008. É preso André Barbosa, acusado de tentar estuprar o garoto na quarta-feira de cinzas. Ele é, também, o primeiro suspeito de ser o autor da série de mortes que intrigou a Polícia e amedrontou a população da capital paraense. De início, André negou; ontem, confessou os assassinatos.

Reconstrução dos Crimes

RUAN - a 3a vítima


Ruan Valente Nascimento, desapareceu da residência de seus avós
em 22 de março de 2007.

Na tarde do mesmo dia, ele foi encontrado na mata da Ceasa.

Foi morto, estrangulado.

Somente após a morte de Ruan é que a policia concluiu que Adriano foi vítima do mesmo assassino, concluindo assim que se tratava de um Serial killer.

As vítimas não foram achadas em ordem.

A primeira vitima achada foi Adriano e depois Ruan, Porém a primeira vítima foi José Raimundo, que foi achado 4 dias após sua morte porém foi enterrado como indigente por não ter sido possivel identifica-lo.

Após um exame de DNA é que se concluiu que José Raimundo foi realmente a primeira Vítima.

equívoco

Paulo Tamer admitiu que tenha havido um equívoco do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves, na identificação do corpo de José Raimundo Oliveira, em dezembro do ano passado. Entretanto, o delegado afirmou que a identificação tardia do corpo do adolescente, quase sete meses após o crime, não foi um complicador para as investigações e nem significou um desvio de foco investigativo. 'Estava havendo uma investigação paralela de desaparecimento, que sinalizava um possível tráfico para prostituição infantil na Alemanha, via São Paulo. Com a indentificação do corpo, cessam as investigações paralelas e o foco passa a ser a morte em série'.

Assassinato na Ceasa - 2a vítima - Adriano


O corpo de um jovem, provavelmente um adolescente, foi encontrado, ontem, nas matas da Ceasa. O garoto vestia uma camisa e estava nu da cintura para baixo.

Havia uma corda de náilon no pescoço da vítima. É o segundo crime com as mesmas características registrado, este ano, naquela área. O primeiro homicídio ocorreu em janeiro. O corpo foi encontrado praticamente no mesmo local em que foi localizado o cadáver de Adriano Augusto Nogueira Martins, o estudante morto em janeiro.

Diretor de Polícia Metropolitana, o delegado Paulo Tamer não descarta que esses assassinatos possam ter sido praticados por um serial killer (assassino em série).

Ainda segundo ele, também não se pode descartar a ação de um maníaco sexual ou, então, um ritual de magia negra. Tamer foi ao local do assassinato e disse que, a partir de hoje, três delegados vão ficar encarregados de investigar esses dois crimes. A força-tarefa será formada pelos delegados Fernando Flávio, diretor da Seccional da Pedreira, que investiga a morte de Adriano, Carlos Alberto Antunes, titular da Seccional de São Brás, e Waldir Freire, que dirige a Seccional do Comércio. Também presente ao local do crime, o coronel Edivaldo Sarmanho, titular do Comando de Policiamento da Capital, da Polícia Militar, anunciou a intensificação de ações policiais na estrada da Ceasa, inclusive com a incursão dos militares dentro da mata.

Segundo o major Seráphico, comandante da 10ª Zona de Policiamento, cuja base é na Seccional da Pedreira, o corpo foi localizado por volta das 17h30. Muito nervoso, um homem deu a informação na portaria de um residencial localizado na estrada da Ceasa e foi embora. À noite, os policiais estavam tentando localizar esse homem, para obter maiores informações a respeito do crime. Acompanhado do delegado-geral adjunto, Justiniano Alves, que também esteve na mata da Ceasa, o delegado Paulo Tamer acreditava, com base nas evidências encontradas no local do crime, que o jovem tinha sido morto na tarde de ontem. E assassinado no local em que foi encontrado.

A cena era praticamente igual à da morte de Adriano. Perto do corpo encontrado ontem, havia um par de sandálias, como no caso de janeiro. O short estava ao lado da cabeça da vítima. E, assim como no assassinato registrado em janeiro, o jovem estava despido, sugerindo a hipótese de que o garoto possa ter sido vítima de abuso sexual.

Como no assassinato de janeiro, o corpo do garoto foi encontrado distante uns 100 metros da margem da pista, na mata fechada. Peritos do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves chegaram à area às 19 horas e começaram a fazer o levantamento de local. Eles usaram laternas, já que a região é muita escura. Havia a suspeita, que será confirmada posteriormente em exames, de que o jovem levou uma pancada na cabeça.

Policiais comentaram que muitas pessoas entram na mata para coletar frutas, como taperebás. Os civis e militares não haviam recebido nenhuma informação sobre a possível identidade do adolescente. A divulgação da notícia na imprensa deverá fazer com que as pessoas compareçam ao Instituto Médico Legal e possam identificar o garoto.

O coronel Sarmanho informou que a Polícia Militar já realiza policiamento diário na estrada da Ceasa. Mas que, agora, com esse segundo crime, intensificará o patrulhamento nessa região e colocará policiais para entrar na mata, para verificar se não está havendo nenhuma situação anormal. O delegado Paulo Tamer anunciou que hoje, às 8 horas, já irá se reunir com os delegados Fernando Flávio, Carlos Alberto Antunes e Waldir Freire, para elaborar as estratégias de investigação desses dois assassinatos. O setor de inteligência da Polícia Civil também reforçará a equipe.

Adriano , de 14 anos, foi morto no mesmo lugar, de forma semelhante
Adriano Augusto Nogueira Martins, de 14 anos, foi encontrado morto nas matas da Ceasa no dia 11 de janeiro, também à tarde. Ele havia desaparecido um dia antes. O estudante morreu estrangulado por um fio semelhante ao náilon. Mas não houve violência sexual, disse o delegado Fernando Flávio, diretor da Seccional da Pedreira e que ontem também esteve no local do crime. Fernando Flávio disse que ouviu dez amigos do estudante, mas nenhum deles forneceu informações que ajudassem a esclarecer o assassinato. Nos próximos dias, o delegado deverá remeter o inquérito à Justiça, pedindo mais prazo para prosseguir as investigações. Chefe de operações da Seccional da Pedreira, o investigador Daniel também comentou sobre a semelhança entre os dois crimes.

Adriano saíra da casa dos pais, no bairro do Guamá, por volta das 14 horas do dia 10 de janeiro. Foi inicialmente à oficina de Renato, que não estava no local. Ele sempre freqüentava a oficina e já havia demonstrado o desejo de aprender a consertar aparelhos e seguir a profissão do tio, Renato Ferreira de Brito, dono de uma oficina de eletrônica. Das 14 às 18 horas, o garoto ficou em uma lan-house (casa que aluga de computadores interligados à internet) na avenida José Bonifácio, que costumava freqüentar para participar de jogos, e era uma de suas atividades preferidas.

Suspeito é alto, magro, jovem e moreno



O homem foi visto por testemunhas na mesma lan house onde as vítimas iam
A Polícia divulgou, na manhã de ontem, o retrato falado do possível assassino do estudante Ruan Sacramento Valente, 14 anos, morto por enforcamento e encontrado com uma corda de náilon no pescoço, nas matas da estrada da Ceasa, em 22 de março deste ano. De acordo com o diretor de Polícia Metropolitana, delegado Paulo Tamer, se não for o verdadeiro serial killer (homicida em série), o suspeito pode ser o aliciador que atraiu os adolescentes para serem assassinados. Ele tem cabelos compridos, com altura entre 1,80m e 1,85m, cerca de 20 anos, é magro, tem marcas de acne no rosto e pele morena escura.

O suspeito foi visto por testemunhas que freqüentavam a mesma lan house onde Ruan costumava ir, localizada no Guamá, além de funcionários do estabelecimento, uma semana antes da morte do garoto. O retrato falado tem 90% de semelhança facial com o procurado. Ele foi confeccionado por peritos do Serviço de Perícia Iconográfica e Retrato Falado, da Diretoria de Identificação da Polícia Civil e entregue à imprensa durante entrevista coletiva no prédio da Delegacia Geral.

No dia da morte de Ruan, o suspeito foi visto às 10h29 na lan house, onde permaneceu por cerca de uma hora ao lado da vítima. O corpo do menino foi encontrado no mesmo dia, às 17h30 nas matas da estrada da Ceasa.

O delegado pede a quem reconhecer o suspeito, caso não queira se identificar, que telefone para o número 181, o Disque-Denúncia, e dê informações que levem à localização dele. A ligação é gratuita e o número atende durante 24 horas. É mantido o sigilo absoluto quanto à identidade do denunciante. 'Já estamos investigando alguns nomes ligados a este retrato falado, mas preferimos não divulgá-los para não cometer nenhuma negligência. Pedimos às pessoas que tiverem alguma informação que façam uma co-relação do suspeito com a vítima no momento da denúncia', disse Tamer.

Está sendo também investigada a relação existente entre o homem procurado e o estudante Adriano Augusto Martins, também morto na Ceasa em janeiro deste ano e a ligação do suspeito com José Raimundo Oliveira, de 15 anos, que está desaparecido desde o ano passado. De acordo com Tamer, o homem do retrato falado certamente também conhecia Adriano.

A força-tarefa da Polícia Civil designada a desvendar os crimes da Ceasa trabalha com a possibilidade da lan house ser um artifício usado pelo serial killer, que atrai e mata suas vítimas sempre com as mesmas características. 'Ele (assassino) utiliza a mesma forma de matar, age no mesmo bairro e as vítimas são da mesma escola. Por esta razão estamos trabalhando com a hipótese de ser um serial killer.

Vários procedimentos estão sendo adotados. Alertamos às famílias que ao perceberem qualquer relacionamento diferenciado de seus filhos, que fiquem atentas, procurem saber quem é a pessoa', pede o delegado.

investigações

As investigações continuam sob o comando da força-tarefa composta pelos delegados Carlos Alberto Antunes, diretor da Seccional de São Brás; Waldir Freire, diretor da Seccional do Comércio; Fernando Flávio Silva, diretor da Seccional da Pedreira, e Robério Pinheiro, diretor da Seccional do Guamá. Segundo Paulo Tamer que centraliza as investigações, ao longo do inquérito dois retratos falados foram confeccionados.

O primeiro deles foi montado a partir de informações prestadas por testemunhas, mas acabou descartado por não terem sido encontradas evidências que sustentassem a sua utilização no processo. Porém, o segundo retrato falado foi mantido pelos fortes elementos revelados pelas testemunhas considerados verídicos.

Durante a entrevista coletiva, Tamer falou que Ruan Sacramento possuía um 'Memory Card', cartão comprado em lan houses para acesso a jogos em rede. O brinquedo foi dado por alguém como presente, na tentativa de ganhar a confiança do adolescente. O preço do cartão varia de R$ 30 a R$ 150. Na opinião de Tamer, os valores do brinquedo não são compatíveis com a renda da família de Ruan, o que reforça a idéia de o objeto ter sido um presente. Tamer também não descarta a possibilidade de o suspeito ser do bairro do Guamá ou adjacências, o que fortaleceria o vínculo com as vítimas.


Polícia tem o retrato de serial killer

Edição de 01/05/2007

Divulgação

Retrato-falado será apresentado amanhã e deve ajudar investigação
A Polícia Civil deve divulgar amanhã o retrato falado de um homem suspeito de ser o assassino dos meninos R. V. S. e A. A. N., encontrados na estrada da Ceasa, próximo ao condomínio residencial Parque Verde, em Belém. Segundo o delegado Paulo Tamer, diretor da Divisão de Polícia Metropolitana (DPM), o retrato falado foi baseado em relato de testemunhas que viram o suspeito sair da lan house no bairro do Guamá acompanhado por R. uma semana antes de ele ser encontrado morto. 'As testemunhas foram muito incisivas no reconhecimento dessa pessoa', afirmou o delegado Paulo Tamer.

Por questão de segurança, a Polícia mantém sob sigilo todas as testemunhas que colaboraram com os peritos do Serviço de Perícia Iconográfica e Retrato Falado, da diretoria de Identificação da Polícia Civil, responsáveis pelo trabalho de construção do retrato. A Polícia acredita que, com a divulgação do rosto do posssível serial killer, ele seja reconhecido e a população passe informações através do Disque Denúncia 181.

R. foi morto em março passado e A foi assassinado nas mesmas circunstâncias em janeiro deste ano. Por serem amigos e freqüentarem as mesmas escola e lan house no bairro do Guamá, há fortes indícios de que o assassino seja essa pessoa que freqüentava o local, além de se corresponder com as vítimas através da internet.

A lan house no bairro do Guamá foi o local onde os dois meninos foram vistos pela última vez. Apesar disso, a Polícia não descarta a ação de um maníaco sexual ou até ritual de magia negra. Nos dois casos, as cenas dos crimes foram deixadas praticamente iguais.

Perto dos corpos havia um par de sandálias e os shorts estavam ao lado da cabeça das vítimas. Os dois estavam despidos, sugerindo a hipótese de que poderiam ter sido vítimas de abuso sexual. Como no assassinato de A., em janeiro, o corpo do garoto R.
foi encontrado distante uns 100 metros da margem da pista, dentro da mata fechada.
Por causa dos crimes, as lojas de acesso à internet acabaram na mira da Polícia. Em uma operação que durou quatro dias, a Polícia Civil fechou 46 estabelecimentos. A maioria não apresentava alvará de funcionamento, licença da prefeitura e autorização do juizado de menores.

Polícia busca terceira vítima na Ceasa



A Polícia do Pará vai realizar uma operação minuciosa de busca pelo corpo do adolescente José Raimundo Oliveira, que tinha 15 anos quando desapareceu, em dezembro passado.

O garoto tinha um perfil semelhante ao dos adolescentes Adriano Augusto Nogueira Martins e Ruan Valente Sacramento, assassinados este ano nas matas da Ceasa, em Belém. José Raimundo Oliveira morava no Guamá, estudava na escola Ruth Rozita e freqüentava a mesma lan house que Adriano e Ruan, e, pelas concidências entre eles, pode ter sido a primeira vítima do um assassino em série ou serial killer. A Polícia já está preparando a operação de buscas para começar nos próximos dias e que deverá envolver diversas áreas da segurança pública.

Se José Raimundo estiver de fato morto como uma das vítimas do serial killer, ele não só pode como 'deve estar' enterrado nas matas da Ceasa, na avaliação de Ilana Casoy, estudiosa de criminosos em série que está colaborando com a Polícia paraense na busca do assassino, junto com a perita Maria Adelaide de Freitas Caires. Elas estiveram esta semana pela terceira vez junto com a Polícia em Belém, e, em avaliação conjunta, os investigadores decidiram partir em busca do corpo do primeiro adolescente, que pode ajudar a esclarecer a investigação. Ilana afirma que o corpo de José Raimundo, se tiver sido morto pelo mesmo assassino, 'deve estar nas matas da Ceasa' pelas características dos crimes em série, que têm muitas semelhanças entre si, e por isso o mais provável é que José Raimundo também tenha sido morto no local, mas pode ter sido enterrado.

Embora Ilana afirme que tudo sejam possibilidades, a Polícia vai realizar a operação de buscas para ter um esclarecimento maior dos crimes. 'Esses meninos, mesmo mortos, podem nos dizer muita coisa. Sabemos das dificuldades, pelo tamanho da mata e pelo tempo que já se passou, porém esse é um caminho que poderá trazer muitos esclarecimentos. Como já afirmei antes, a Polícia paraense já avançou muito nas investigações, usando o tempo todo a ciência em favor dessa investigação, situação pouco comum em outros estados brasileiros', ressalta.

Durante a investigação, a força-tarefa comandada pelo delegado Paulo Tamer já fez uma busca parcial em 600 metros quadrados de área da mata, mas sem sucesso. 'Essa nova busca deverá varrer uma área muito maior. Não será uma tarefa fácil para os órgãos de segurança, que, por outro lado, não estão medindo esforços para avançar nas investigações e prender o assassino. Todos, dos delegados Paulo Tamer e Justiniano, a secretária de segurança Vera Tavares, os peritos do Instituto de Perícias Renato Chaves, enfim, são tantas pessoas e órgãos envolvidos diretamente que o resultado não poderá ser diferente do que esperamos, a resolução desse caso', afirma Ilana categórica.

Segundo ela, a demora maior entre uma investigação de crimes em série e crimes comuns é exatamente as diferenças de motivação entre os assassinos. 'Em um crime comum, os motivos levam aos matadores. Pode ser uma cobrança de dívida, um cirme passional, enfim, muitas motivações que podem levar ao criminoso, enquanto nos crimes em série o assassino não tem uma motivação para matar alguém, as vítimas, infelizmente, são escolhidas apenas por encaixar-se no perfil que desperta o impulso de matar desse assassino', compara Ilana, ao revelar ainda que o assassino em série procurado em Belém não é um doente mental. 'Pelo perfil que já traçamos, a pessoa que estamos buscando não é doente mental', reafirma.

Ilana Casoy é autora dos livros 'Serial Killer - Louco ou cruel?' (editora Madras), 'Serial Killers - made in Brazil' e 'O Quinto Mandamento - Caso de Polícia' (editora Siciliano). Em parceria com a perita Maria Adelaide, firmou cooperação técnica com a Polícia paraense e fez um estudo com 11 itens acerca do perfil do criminoso, que se passa por por uma pessoa dócil e confiável na hora de se aproximar dos adolescentes, mas se transforma em uma pessoa de extrema violência no momento de praticar seus crimes.

Identificado corpo de mais uma criança vítima do Monstro da Ceasa

Exame de DNA atestou ser do adolescente José Raimundo Oliveira o corpo encontrado, em dezembro do ano passado, nas matas da Ceasa.

Com essa confirmação científica, a Polícia Civil tem informações indicando que José Raimundo, então com 14 anos, foi a primeira vítima do serial killer (assassino em série), ao qual são atribuídos, ainda, os assassinatos dos também adolescentes Adriano Augusto Nogueira Martins, morto em janeiro deste ano, e Ruan Valente Sacramento, encontrado em março nas matas da Ceasa. Da mesma forma que José, que seus familiares e amigos chamavam de 'Zezinho', Adriano e Ruan também tinham 14 anos, moravam no mesmo bairro, o Guamá, estudavam na mesma escola, a Ruth Rosita, freqüentavam a mesma lan house e pertencem a famílias com praticamente o mesmo perfil socioeconômico.

Em março, depois da descoberta do corpo de Ruan, policiais civis e militares, peritos criminais e homens do Corpo de Bombeiros, em um trabalho coordenado pela força-tarefa criada para investigar as mortes de Adriano e Ruan, fizeram uma varreduras nas matas da Ceasa, nos locais onde os corpos dos adolescentes foram encontrados, para recolher qualquer objeto que pudesse ter ligação com, até então, aqueles dois homicídios - de Adriano e de Ruan. E encontraram uma sandália e uma bermuda, que foram fotografadas. Esses objetos foram recolhidos 90 dias após o desaparecimento de José Raimundo, cujo corpo, em avançado estado de decomposição e sem alguns órgãos, foi encontrado em 20 de dezembro.

No decorrer das apurações, e até então havendo um mistério sobre o paradeiro de José Raimundo, que desaparecera em 16 de dezembro, a força-tarefa, coordenada pelo delegado Paulo Tamer, titular da Diretoria de Polícia Metropolitana (DPM), começou a ventilar a hipótese de que o adolescente pudesse ter sido a primeira vítima do matador em série. Ao ver as fotos, a mãe de José Raimundo disse que a sandália encontrada era igual àquela que seu filho usava quando sumiu de casa. A bermuda também se assemalhava ao estilo das que ele gostava de usar.

Com autorização judicial, a Polícia Civil realizou a exumação do corpo até então desconhecido e enterrado, como indigente, no cemitério do Tapanã. Durante a exumação, há dois meses, foi colhido material para a análise de DNA. Na semana passada, a força-tarefa recebeu o resultado do exame, feito pelo Instituto de Pesquisa de DNA Forense, da Polícia Civil do Distrito Federal.

Com a comprovação científica do DNA, as investigações, agora, vão retroceder a dezembro, por causa da morte de José Raimundo. O corpo dele estava na mesma área em que foram encontrados os corpos de Adriano e Ruan. Uma das respostas que os policiais vão querer obter agora dos peritos do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves é a seguinte: se aquele solo da Ceasa favorece uma rápida decomposição de um corpo humano - no caso o de José Raimundo -, considerando que, sabe-se agora, o cadáver do adolescente foi encontrado quatro dias após seu desaparecimento. Essa resposta é importante para saber, por exemplo, se José Raimundo foi morto naquela área ou seu corpo apenas foi deixado naquele parte do terreno da Ceasa.

O corpo estava separado da cabeça. A força-tarefa quer saber se isso ocorreu pela ação do tempo ou se a vítima, assim como Adriano e Ruan, também foi enforcada. No dia em que seu corpo foi encontrado, 20 de dezemebro, José Raimundo completaria 15 anos. Uma fonte ouvida ontem por O LIBERAL afirmou que as investigações para localizar e prender o serial killer avançaram tanto que foi possível descobrir que José Raimundo está morto e que o criminoso provavelmente seja o mesmo que tirou a vida de Adriano e Ruan. Agora, o corpo do adolescente será exumado e submetido a nova necropsial. Também terá que haver autorização judicial para que haja novo sepultamento. A família do adolescente recebeu a notícia na semana passada (D. P.)